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Saúde na UTI

Manobras e dívidas da Prefeitura limitam atendimento em UPA

HBU se endividou e também não recebeu outras dívidas municipais, limitando o atendimento não emergencial à população de Marília ler

20 de dezembro de 2019 - 11:54

Segundo Márcia Mesquita Serva Reis, superintendente do HBU (Hospital Beneficente Unimar), a Prefeitura de Marília utilizou verbas federais de emendas parlamentares do HBU conquistadas por ela para calotear pagar dívidas municipais com o hospital. Foram duas emendas federais de R$ 4,7 milhões e de R$ 1 milhão.

O procedimento ocorreu porque a verba conquistada para ampliação do atendimento SUS pelo próprio hospital, obrigatoriamente, passa pela Prefeitura para, em seguida, ser enviada ao HBU.

A Prefeitura de Marília considerou esses recursos como seus e os utilizou para “quitar” dívidas diversas de outros serviços à saúde prestados pelo HBU ao município. Entre eles, cabe destacar os serviços do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) e da UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

O orçamento da UPA é de R$ 1,3 milhão, sendo: R$ 500 mil mensais (Ministério da Saúde); R$ 670 mil (contrapartida municipal); e mais R$ 130 mil (Prefeitura Bonificação para metas de atendimento e qualidade). O valor de R$ 800 mil mensais de responsabilidade da Prefeitura não vendo sendo cumprido.

Para piorar a situação, a Secretaria da Fazenda sugeriu em maio que o HBU fizesse um empréstimo para amenizar o calote. A prefeitura foi fiadora.

“O empréstimo foi de R$ 3,7 milhões, mas foi insuficiente. Tivemos que endividar o hospital (HBU) para suprir as contas da UPA e ainda temos juros a serem pagos ao banco”, disse Márcia Mesquita ao Jornal da Manhã.

A promessa da Prefeitura era resolver a pendência com maior brevidade, além de cumprir com um reajuste orçamentário contratual de 3,5% na contrapartida municipal para a UPA. Ambas medidas não foram cumpridas. Para completar o quadro, como vimos acima, a Prefeitura decidiu dar como quitada a sua dívida utilizando verbas de emendas parlamentares conquistadas pelo próprio HBU.

Quais as consequências dessa medida para você?

A consequência do “calote oficial” da Prefeitura ao HBU sobre nós foi rápida. Ontem, 19 de dezembro, o HBU informou que irá limitar o atendimento na UPA para as urgências e emergências em mais de 30%.

Segundo Márcia, “a partir do dia 27 deste mês (próxima sexta-feira) vamos atender exclusivamente urgências e emergências na UPA”. E ofício já foi endereçado à Secretaria Municipal da Fazenda informando sobre a situação.

Esse déficit no atendimento à saúde da população de Marília gerado pela falta de pagamento e a “esperteza” dos atuais gestores municipais comandados pelo Prefeito Daniel Alonso será encaminhado para a rede municipal de saúde que, certamente, ficará sobrecarregada com demanda extra.

A mensagem de Natal e Próspero Ano Novo que fica para mariliense: ~”Evite ficar doente nas festas de fim de ano. Pois, se o atendimento à saúde já era precário, vai piorar ainda mais. Feliz Natal e Próspero Ano Novo! Do seu Prefeito, Daniel Alonso!”~

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