Na última sexta-feira (29) o Espaço Cultural do Beco, localizado na Av. Ipiranga com a R. Bahia, foi palco da 63ª edição do evento quinzenal, Jazz a la Rua. Se você ainda não conhece, esse evento é uma verdadeira oportunidade para quem busca um rolê alternativo, cultural e gratuito em Marília. Ideal para todas as idades, o evento reúne desde universitários até idosos que aproveitam a oportunidade para conversar com amigos, tomar uma bebida e, claro, apreciar a boa música do jazz.

A banda Mahatma Groove, formada por talentosos músicos, têm sido a grande responsável por trazer o melhor do jazz para a cidade, sempre com um show ao vivo a cada 15 dias. Composta por Renato Alves na guitarra (premiado com a bolsa da Fundação Latin Grammy), Danilo Agostinho no Saxofone (natural de Marília, formado no Conservatório de Tatuí e no Instituto de Artes da Unesp) e Gustavo Nunes (atual vice-presidente do Conselho Cultural de Marília) no baixo. A banda é um dos pilares do movimento cultural no município.

O “Jazz a la Rua” teve início em janeiro de 2022, mas a banda Mahatma Groove já estava formada desde abril de 2021. A ideia de realizar o evento no Beco veio através da recomendação de uma amiga que conhecia o local. Após uma conversa com a dona do espaço, o grupo se arriscou e decidiu dar vida à ideia. Hoje, já são 63 edições e a banda está prestes a completar três anos de performances ininterruptas, movidas sempre pelo amor à música.

A dinâmica do jazz é algo que sempre chama atenção de quem presencia. Danilo explica que, apesar de ser um gênero de improviso, o jazz não é 100% espontâneo:

“Cada música tem uma estrutura e um tema fixo, como o exemplo da ‘Garota de Ipanema’. Dentro dessa estrutura, o improviso é livre, mas sempre respeitando o que cada música propõe”, explica.

O apoio da Secretaria de Cultura de Marília também tem sido um ponto positivo, embora ainda faltem recursos para que o evento cresça ainda mais. A infraestrutura, como as mesas fornecidas pelo bar Aeros, a internet e a câmera da Life, são essenciais para a realização do evento. Porém, assim como qualquer outra área cultural, a banda enfrenta seus desafios: nenhum dos apoios recebidos vão diretamente para o cachê dos artistas, dependendo somente da contribuição do público.

A cena musical de Marília também tem se fortalecido, com apoio da classe artística, que se organiza cada vez mais para acessar recursos e editais. A chegada de recursos federais e municipais tem sido fundamental para a organização e continuidade de eventos como o Jazz a la Rua, que oferece um espaço conjunto para pequenos produtores culturais e para o público.

Quando o assunto é ser músico em Marília, Danilo, que saiu da cidade aos 14 anos para estudar música e anos depois retornou, afirma que, apesar das dificuldades, o cenário tem melhorado:

“Marília tem um contexto um pouco mais difícil para os músicos, mas hoje, com a classe artística mais organizada, as coisas estão caminhando”, diz. 

Apesar dos desafios, Mahatma Groove permanece fiel ao seu propósito: “Estamos aqui pela música e pela vontade de tocar. Mesmo se não tivesse ninguém aqui, estaríamos tocando do mesmo jeito”, finaliza Gustavo. Os músicos também estendem um convite a todo artista de Marília para estar presente no Beco para divulgar sua arte no evento.

Redação: Diogo Cirillo

Revisão: Luísa Guena

Imagem: Reprodução: @mahatmagroove no Instagram