Nesta segunda-feira (31), a justiça francesa condenou a deputada Marine Le Pen a quatro anos de prisão, a serem cumpridos ao menos dois em regime domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica, e uma multa de 100 mil euros.

Além disso, Le Pen também ficará inelegível por um período de 5 anos, o que pode influenciar nas eleições presidenciais de 2027, já que a deputada era líder em pesquisas de intenção de voto.

De acordo com o processo, ela teria desviado dinheiro do Parlamento Europeu para pagar funcionários do próprio partido.

Histórico político

Marine Le Pen é, atualmente, a grande líder da extrema direita na França. Apesar de ter se afastado das visões mais radicais de seu partido, o Reunião Nacional, as políticas de Le Pen ainda tem grande foco em anti-imigração e nacionalismo.

O fundador do partido Reunião Nacional, que liderou entre 2011 e 2022, foi seu pai, Jean-Marie Le Pen, uma figura polêmica da política francesa e frequentemente associado a anti-semitismo e xenofobia, marcado, inclusive, por seus discursos de negação ao holocausto.

Impactos na extrema direita francesa

Alguns aliados nacionais e internacionais de Le Pen já se pronunciaram contrários à decisão, como o presidente russo Vladimir Putin, que criticou o julgamento, chamando-o de “um ataque politicamente motivado às normas democráticas”.

Dentro da França, Jordan Bardella, considerado “pupilo” de Le Pen no Reunião Nacional, disse que “a democracia foi assassinada hoje”, mas ainda não informou se irá concorrer no lugar de Marine.

Revisor(a): Vitória Bárbara

Imagem: G1 | Reprodução Reuters

Ana Luisa Ana Luisa Volpe é graduanda de Relações Internacionais na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) e atua como integrante do Instituto de Gestão Pública e Relações Internacionais (IGEPRI). Fora da universidade, nutre grande interesse por livros e seu mercado, buscando sempre aprender mais sobre o mercado editorial.