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Artes

Lenda da ‘op art’ ganha mostra em São Paulo

Dan Galeria comemora 50 anos exibindo 20 obras históricas do artista cinético espanhol Francisco Sobrino ler

29 de maio de 2022 - 13:00

Parece incrível que um artista do porte do espanhol Francisco Sobrino (1932-2014), representante maior da arte cinética europeia, nunca tenha feito uma única exposição no Brasil. Corrigindo essa falha, a Dan Galeria, que completa 50 anos de existência, convidou o curador francês Franck James Marlot para organizar a mostra Estrutura Modular e Luz (aberta na quinta, 26), com 20 obras históricas produzidas em meio século de trabalho de Sobrino entre a Europa e América Latina. Marlot é um nome automaticamente associado à galeria Denise René (1913-2012), marchande de Mondrian e Duchamp que, em 1955, organizou a exposição Le Mouvement, marco zero da arte cinética.

Nesse ano, Sobrino encontrava-se em Buenos Aires, frequentando a Escola de Belas Artes, em que Lucio Fontana era professor. Lá conheceu o argentino Julio le Parc, expoente da “op art” e da arte cinética, com o qual fundaria o experimental Groupe de Recherche d’Art Visuel (1960-68). O coletivo tinha como proposta promover a interação do público com a obra. Eles desafiavam a percepção do espectador com peças que recorriam à iluminação artificial e ao movimento, utilizando materiais industriais como chapas de aço inoxidável e acrílico.

“As pesquisas do grupo foram muito importantes para Sobrino desenvolver a lógica modular e reducionista de suas obras”, avalia Marlot, evitando confinar o espanhol num único movimento. Compreensível, uma vez que Sobrino combina a grade modernista do holandês Piet Mondrian (1872-1944), as experiências de integração da luz com o espaço real do húngaro Moholy-Nagy (1895-1946) e o construtivismo do russo Naum Gabo (1890-1977). Esse é seu DNA artístico. Mas podem ser considerados suas afinidades eletivas os minimalistas norte-americanos Robert Morris (1931-2018) e Robert Smithson (1938-1973), pioneiro da land art, que, a exemplo de Sobrino, usou espelhos para refletir a beleza de ambientes naturais.

Já na entrada da galeria, no lado esquerdo, o visitante atesta a origem de seus trabalhos tridimensionais em estudos bidimensionais mondrianescos que evoluíram para as permutações cromáticas de seus guaches sobre papelão e até mesmo para seus relevos em plexiglass. Seus guaches e a pintura, lembra o curador Marlot, Sobrino chamou de “progressões lineares e sistemáticas de formas geométricas”. A partir de obras bidimensionais, Sobrino desenvolveu relevos e esculturas que envolvem o olhar do espectador num jogo ilusionista. Nele, a vibração de figuras geométricas coloridas sugerem certa instabilidade, estabelecendo uma relação lúdica que, segundo o curador, tem muito a ver com música.

O compositor Pierre Boulez, colecionador de arte, era uma referência do grupo cinético de Sobrino. “O serialismo de Boulez tem, sim, ressonância em sua obra”, confirma o curador da mostra. Como se sabe, Boulez tinha enorme admiração por John Cage, autor de Silêncio (1952), peça musical que traduz o que o título sugere. E Sobrino é considerado justamente o escultor do silêncio, flutuando entre a arte cinética e conceitual quando se propõe a associar sua obra à percepção fenomenológica, seguindo a filosofia de Merleau-Ponty. Ascético, Sobrino transforma o espaço inerte em dinâmico, levando o espectador à vertigem cinética.

“O ritmo cinético de suas esculturas verticais sugerem a arquitetura utópica das colunas infinitas de Brancusi, mas sua expansão foge de nosso campo visual”, observa o curador em frente a uma escultura da série Structure Permutionnelle, que Sobrino começou nos anos 1960 e seguiu produzindo até sua morte. Nessa escultura em aço inoxidável polido e espelhado, que deu origem a uma obra pública em Grenoble com seis metros de altura, há notáveis traços das formas verticais do construtivista russo Anton Pevsner (1886-1962), que, nunca é demais lembrar, também usou materiais que absorvem a luz (como o cristal de baccarat) para refletir o mundo natural. Sobrino está em boa companhia. Falta só o reconhecimento do colecionador brasileiro. Lá fora, os museus (Reina Sofia, Tate) já reconheceram. E os colecionadores europeus pagam em torno de € 150 mil por uma de suas obras históricas.

Fonte: Antonio Gonçalves Filho – O Estado de São Paulo

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