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Lei Áurea completa 132 anos, mas racismo persiste

Apesar da lei que aboliu a escravatura no País, os negros ainda sofrem todo tipo de agressão por causa da cor de sua pele ler

17 de maio de 2020 - 14:00

A professora Eunice Prudente lembra que 13 de maio foi a data em que legalmente foi extinta a chamada escravidão, ou, como ela mesma diz, escravização. A professora cita que “não há, nem nunca houve, escravos dada a racionalidade que nos distingue enquanto seres humanos em relação a outros animais. Essa racionalidade integra inclusive níveis de espiritualidade, além da própria liberdade”. A escravidão, escravatura, escravismo são formas de violência, impedindo, opondo-se ao exercício da liberdade, muitas vezes falseado sob formas de proteção.

A escravização de pessoas, ameríndios, negros africanos e seus descendentes nas Américas foi uma fase grave do sistema capitalista nos séculos 18 e 19. A forma correta de expressarmos toda essa violência é a escravização. As pessoas foram escravizadas, o ser humano, pelas suas peculiaridades tão especiais, sofreu violência e foi escravizado.

A escravização anulou a pessoa e trouxe graves consequências durante quase todo o século 19, que já recebia trabalhadores livres da Europa, mas ainda mantinha a escravização. Enquanto os imigrantes contaram com providências de inclusão ao virem para o Brasil, os escravizados e seus descendentes, já no século 20, não contaram com nenhum apoio. Isso é grave para a formação do cidadão.

A professora Eunice Prudente diz que surge daí “a realidade da discriminação racial no Brasil.” Somente lutando pelas vias da educação, de formar um novo cidadão brasileiro que se oponha às diversas formas de discriminação, será possível mudar esse cenário.

Fonte: A coluna Educação e Direitos, com a professora Eunice Prudente, vai ao ar toda sexta-feira às 8h30, na Rádio  USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e  TV USP.

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