Jovem que recebeu 1º transplante duplo de pulmão do interior de SP morreu 2 dias após se casar em hospital; relembre a trajetória
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Mateus Calera, como o rapaz de 22 anos gostava de ser chamado, foi enterrado na manhã desta segunda (27), em Matão. Ele foi diagnosticado com fibrose cística aos 4 anos. ler
Matheus Henrique Godói, o Mateus Calera, como o jovem de 22 anos gostava de ser chamado por todos em Matão (SP), foi o primeiro paciente do interior paulista a receber um transplante duplo de pulmão, há 5 anos.
Ele tinha fibrose cística e não resistiu às complicações causadas por um fungo. Ele e morreu na manhã de domingo (26), dois dias após realizar o sonho de se casar. A cerimônia aconteceu no Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP), onde estava internado desde o início deste ano.
O corpo dele foi enterrado na manhã desta segunda-feira (27) no Cemitério Municipal de Matão.
Fibrose cística e transplante
Aos 4 anos, Mateus Calera foi diagnosticado com fibrose cística, uma doença genética crônica que faz com que o corpo produza muco de 30 a 60 vezes mais espesso que o usual, podendo causar inchaço e inflamações nos pulmões e infecções como pneumonia e bronquite.
Ele ficou na fila de espera pelos órgãos durante um ano e meio. Em 15 de fevereiro de 2018, recebeu os pulmões de um doador do Rio de Janeiro.
O procedimento, que foi o primeiro do tipo no estado de São Paulo, é complexo e foi feito no hospital de São José do Rio Preto, durando cerca de 12 horas.
Calera foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no dia 3 de janeiro deste ano devido a problemas causados pela rejeição ao transplante.
O jovem teve algumas complicações, como trombose pulmonar, três infecções e crises de ansiedade. Depois, um fungo agravou o estado de saúde dele, segundo familiares.
Na quinta-feira (23), a família foi avisada que o caso era irreversível. Ele tinha o sonho de rever a filha, que completou seis meses no domingo.
Outro sonho era o de se casar e ficar uma semana em casa com a família. Como a situação dele era delicada, o médico permitiu que a celebração fosse feita no hospital.
Na sexta-feira (24), os familiares conseguiram se reunir para realizar o casamento. “Sempre foi um guerreiro. Ele me deu um chocolate de presente de casamento e nós comemos juntos”, contou a esposa Rafaela Pelegrino ao g1.
Calera ficou emocionado com a presença da esposa e da bebê, além dos pais adotivos, irmãos, tia e sobrinha, que se revezaram das 11h30 às 14h para passar alguns momentos no quarto.
Reprodução: G1