Janja Lula da Silva: entre exposição pública e a disputa política
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Janja Lula da Silva: entre exposição pública e a disputa política
Entenda o papel da primeira-dama na disputa política brasileira ler
A figura da primeira-dama Janja Lula da Silva tem ocupado um lugar central em narrativas que buscam deslegitimar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu terceiro mandato. A crescente visibilidade da primeira-dama, tanto em agendas diplomáticas quanto em pautas sociais, parece ter se tornado alvo preferencial de setores da oposição e de parte da mídia, sobretudo em um contexto de intensa polarização política.
Recentemente, veículos de comunicação destacaram suposto “constrangimento” durante um jantar oficial entre delegações da China e do Brasil. O episódio ganhou força após a imprensa divulgar que Janja teria solicitado a palavra para tratar da influência dos algoritmos de redes sociais na promoção de discursos de extrema direita.
O presidente Lula reagiu com indignação, afirmando que não houve desconforto e que o pedido de fala de Janja estava dentro do previsto. Lula também enfatizou que sua solicitação ao presidente Xi Jinping, de uma pessoa de confiança para dialogar sobre a regulação das redes sociais, foi recebida com naturalidade. Ainda assim, o episódio foi amplamente explorado como sinal de descompasso, o que levanta questionamentos sobre a seletividade com que determinadas figuras públicas são abordadas.
Em momentos de bipolaridade política, como o posicionamento quase proporcional entre apoio ao presidente Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro, o foco se desloca para figuras simbólicas. E Janja, enquanto mulher, ativa politicamente e próxima do presidente, encarna um novo perfil de primeira-dama, rompendo com modelos mais passivos do passado. Isso a torna, ao mesmo tempo, símbolo de renovação e alvo fácil de ataques coordenados.
É possível observar que a imagem construída em torno de Janja recorre a arquétipos historicamente utilizados para minar a autoridade feminina no espaço público: a mulher descontrolada, a manipuladora, a desequilibrada.
Em outro episódio, Janja foi alvo de críticas após declarar duras palavras contra Elon Musk, bilionário norte-americano envolvido em polêmicas relacionadas à liberdade de expressão e regulação digital. A reação de Lula, sugerindo que não era necessário “xingar ninguém”, foi lida como uma tentativa de distensão, mas também ampliou a exposição pública da primeira-dama.
A oposição e parte da mídia, ao perceberem que ataques diretos a Lula já não surtiram o mesmo efeito de antes, parecem ter encontrado em Janja uma nova via de desgaste ao governo. Não à toa, na recente viagem à Rússia, circulou nas redes sociais um vídeo falso alegando que Janja teria sido barrada com malas de dinheiro, fato prontamente desmentido por autoridades brasileiras e russas.
O que está em curso não é apenas uma crítica política pontual, mas uma estratégia discursiva sistemática. Há uma tentativa de moldar a percepção coletiva para que a atuação da primeira-dama seja vista como obstáculo ao governo. E, como sabemos, quanto maior a repetição de uma narrativa, mais ela tende a se tornar “verdade” no senso comum, independentemente de sua veracidade. O uso sistemático de fake news e de narrativas simplificadas visa justamente contornar o debate racional e operar sobre as emoções coletivas, como o medo, a raiva ou a desconfiança.
O debate público no Brasil só será amadurecido quando houver espaço real para que figuras femininas no poder possam atuar sem serem reduzidas a caricaturas. Até lá, é fundamental que a sociedade civil permaneça atenta aos mecanismos de manipulação da opinião pública.
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