A Itália decidiu apertar as regras para a concessão de cidadania por descendência, tornando o processo mais restrito. A partir de agora, apenas quem tem pais ou avós italianos poderá solicitar o reconhecimento. A mudança foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, e representa um impacto significativo para milhares de brasileiros que viam na cidadania italiana uma porta de entrada para a Europa.

Até então, o país tinha uma das legislações mais flexíveis do continente. Qualquer pessoa com um ancestral italiano vivo após 1861 podia entrar com o pedido, independentemente do grau de parentesco. Com a nova regra, muitas famílias que planejavam solicitar o documento precisarão rever seus planos.

A implementação das novas regras ocorrerá de forma gradual. A partir de 2026, a restrição passará a valer integralmente, limitando os pedidos de cidadania apenas a descendentes diretos. Por outro lado, quem já deu entrada no processo não será afetado. Em 2023, cerca de 150 mil pessoas solicitaram a cidadania italiana, número que reflete o grande interesse pelo passaporte europeu. Antes da mudança, estimava-se que aproximadamente 15% da população brasileira tivesse direito ao reconhecimento.

A decisão segue uma tendência mundial de endurecimento das leis de imigração e naturalização. A longo prazo, essa nova política pode afetar não apenas os fluxos migratórios, mas também a relação entre a Itália e países como o Brasil, onde milhões de descendentes de italianos ainda preservam fortes laços com a cultura de seus antepassados.

Redação: Diogo Arenas Cirillo
Revisão: Daniel Strunk
Imagem: juliacasado1/Pixabay

Diogo Arenas Cirillo Diogo Arenas Cirillo é aluno do 4º ano de graduação em Relações Internacionais pela UNESP – Campus Marília. Bolsista em projeto da Pró Reitoria de Extensão Universitária e Cultura da UNESP, ele também atua como assistente administrativo no Instituto Valquiria Arenas, uma instituição de referência no setor de educação em enfermagem no Brasil. Membro no Instituto de Gestão Pública e Relações Internacionais (IGEPRI), Diogo se dedica ao desenvolvimento de pesquisas e à produção acadêmica em temas como políticas públicas, educação cívica, sustentabilidade, cidades inteligentes e pesquisas de opinião pública, combinando uma sólida base teórica com experiências práticas. Além disso, foi diretor da Coordenadoria de Marketing do Grupo de Estudo em Organizações Internacionais (GEO), acumulando experiência em gestão e marketing em âmbito acadêmico.