Vereador bolsonarista é preso por estupro e escravidão sexual
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"Deus, Pátria e Família", Thiago Bitencourt é acusado de crimes brutais contra crianças e adolescentes ler
A prisão de Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa (PL), médico e vereador de Canarana (MT), revelou um esquema sistemático de abuso sexual de crianças e adolescentes. Os crimes foram cometidos sob a fachada de religiosidade, conservadorismo e discurso moralista. O caso reforça a importância da educação sexual nas escolas, do fortalecimento do Estado laico e da vigilância contra a instrumentalização da fé para encobrir violações de direitos.
Prisão e provas
Thiago Bitencourt foi preso em flagrante no dia 31 de maio. Na casa e no consultório do vereador, a Polícia Civil encontrou imagens de abuso sexual infantil, roupas infantis, acessórios sexuais e aparelhos eletrônicos usados para armazenar e compartilhar o conteúdo criminoso. Ele é acusado de manter uma adolescente de 15 anos como escrava sexual e de usá-la como meio para abusar de uma criança de dois anos. A investigação ainda identificou outras possíveis vítimas.
O falso moralismo como escudo
Conhecido por exaltar valores como “Deus, Pátria e Família”, Thiago mantinha imagem pública de homem religioso e defensor da moral conservadora. Lia a Bíblia em sessões da Câmara e fazia postagens exaltando a fé cristã e os “bons costumes”. A retórica, no entanto, contrastava com os crimes que cometia nos bastidores. Ele também mantinha vínculos com figuras bolsonaristas, como Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, integrando o mesmo espectro ideológico.
Reações e medidas institucionais
Após a prisão, o Partido Liberal afastou o vereador e suspendeu sua filiação. A Câmara de Canarana também o afastou dos trabalhos legislativos e o Conselho Regional de Medicina abriu sindicância. Apesar das medidas, parte das lideranças locais chegou a sugerir que o caso poderia ser uma “armação política”, apontando conflitos pessoais como motivadores da denúncia, o que foi amplamente rebatido pelas provas encontradas.
Além dos crimes sexuais, Thiago já respondia a uma ação por improbidade administrativa. Como médico do Programa Saúde da Família, ele não cumpria sua carga horária e causou prejuízo de quase R$ 37 mil aos cofres públicos. O Ministério Público pede, entre outras sanções, suspensão dos direitos políticos, multa e ressarcimento ao erário.
A armadilha do moralismo religioso
O caso expõe como o discurso religioso pode funcionar como um manto de invisibilidade para abusadores. Em contextos conservadores, a palavra de um “homem de Deus” é raramente contestada, o que cria um ambiente propício para a impunidade. A mistura entre religião e política enfraquece a fiscalização e compromete os mecanismos de denúncia, sobretudo em comunidades vulneráveis.
Sem educação sexual nas escolas, crianças permanecem vulneráveis a abordagens abusivas. O silêncio em torno do tema favorece a atuação de criminosos, que se aproveitam da desinformação para manipular vítimas. Além disso, o avanço de propostas como o ensino domiciliar, defendido por setores conservadores, dificulta a identificação de sinais de abuso, pois retira das crianças o convívio com profissionais capacitados para reconhecer essas situações.
Um alerta necessário
Este caso não é isolado. O caso de Thiago Bitencourt é sintomático de uma estrutura política que privilegia aparência moral em detrimento da proteção real à infância. O Estado laico existe para garantir direitos, e não para blindar ideologias. A defesa da infância passa por informação, educação, fiscalização e coragem de enfrentar discursos que se travestem de virtude para esconder crimes.
A defesa do Estado laico e da educação sexual é essencial para combater abusos e impedir que ideologias distorçam o papel da política. O debate é urgente. E a escolha é clara: ou protegemos nossas crianças com políticas públicas sérias, ou continuaremos a ver criminosos se esconderem atrás de palanques e crucifixos.
Redação: Ruan Cezar Barboza
Revisão: Guilherme Domingues
Créditos da Imagem: Reprodução/Instagram