A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, entrou em contato neste sábado com dois prefeitos brasileiros que estão em missão oficial em Israel, num momento de tensão internacional após o agravamento do conflito na região. A viagem, inicialmente voltada à cooperação em tecnologia e inovação, foi impactada pelo fechamento do espaço aéreo israelense, dificultando o retorno da delegação ao Brasil.

Entre os integrantes da comitiva estão Álvaro Damião, prefeito de Belo Horizonte, e Cícero Lucena, prefeito de João Pessoa, que também coordenam o grupo. A ministra garantiu, em ligação direta, que o governo brasileiro está atuando para viabilizar o retorno seguro da delegação, diante da impossibilidade de saída aérea. A alternativa estudada pelo Itamaraty é um deslocamento terrestre até a Jordânia, de onde os prefeitos e demais participantes poderiam embarcar de volta ao país.

A comitiva é formada por cerca de 19 representantes de diferentes municípios, incluindo vice-prefeitos, vereadores, secretários e membros do Consórcio Brasil Central, organização que reúne estados do Centro-Oeste e do Norte. Todos estão hospedados na cidade de Jerusalém, onde têm seguido protocolos de segurança em meio à instabilidade do cenário regional.

Gleisi Hoffmann ressaltou o papel do governo federal na proteção de agentes públicos em missão no exterior. O Ministério das Relações Exteriores já iniciou tratativas com autoridades da Jordânia e de Israel para assegurar que o trajeto terrestre seja feito de forma segura e com respaldo diplomático. A previsão é de que, se as condições permitirem, a saída possa ser iniciada nos próximos dias.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também está diretamente envolvido na operação e tem mantido contato com o embaixador brasileiro em Tel Aviv. A diplomacia brasileira busca uma solução que una rapidez e segurança, levando em conta a escalada das tensões após os recentes ataques envolvendo forças israelenses e iranianas.

As autoridades israelenses orientaram que grupos estrangeiros permaneçam em seus abrigos temporários, e até o momento, não há relatos de feridos entre os brasileiros. A expectativa é de que uma nova rodada de reuniões ocorra neste domingo, com atualizações sobre o plano de evacuação.

A decisão de usar uma rota terrestre como alternativa demonstra a prontidão das instituições brasileiras em responder a cenários de crise. O fechamento do espaço aéreo tornou inviável qualquer planejamento inicial, obrigando os envolvidos a buscar soluções diplomáticas mais complexas. O governo brasileiro tem reforçado, em notas oficiais, seu compromisso com a integridade física dos participantes e o respeito às normas internacionais.

Redação: Guilherme Silva Domingues

Revisão: Ruan Cezar Barbosa

Reprodução de Imagem: TON MOLINA / FOTOARENA/ESTADÃO