Fazenda Volkswagen: trabalho escravo e omissão
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Fazenda Volkswagen: trabalho escravo e omissão
Audiência reacende debate sobre violações de direitos em fazenda da montadora no Pará durante a ditadura militar ler
Entre 1974 e 1986, a Volkswagen do Brasil foi acusada de submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão na Fazenda Vale do Rio Cristalino, em Santana do Araguaia, no sul do Pará. O caso foi levado à Justiça pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que realizou uma audiência na última sexta-feira (30/05). Na ocasião, a empresa reafirmou não ter identificado irregularidades durante a vistoria realizada à época das denúncias.
A fazenda, então conhecida como “Fazenda Volkswagen”, era administrada por uma subsidiária da montadora. Durante a audiência, ex-trabalhadores relataram casos de servidão por dívida, uma prática que, por si só, já caracteriza trabalho escravo. Também foram denunciadas condições insalubres e tráfico de pessoas, especialmente lavradores e peões vindos de pequenos vilarejos.
As denúncias vieram à tona em 1983, ganhando repercussão internacional. Naquele mesmo ano, uma comitiva de parlamentares e jornalistas visitou o local e constatou que parte dos trabalhadores vivia em condições degradantes, compatíveis com trabalho análogo à escravidão.
Apesar da gravidade das acusações e da documentação produzida à época, o processo judicial contra a multinacional só foi aberto em dezembro do ano passado, por meio do MPT. A ação exige o reconhecimento da responsabilidade da empresa e uma indenização de R$165 milhões.
A grande questão que se impõe é a aparente omissão do Estado. Mesmo com provas colhidas há mais de 40 anos, o caso só agora começa a avançar na Justiça. Vale lembrar que o Estado brasileiro foi um dos principais responsáveis pela instalação da fazenda, viabilizada por meio de incentivos fiscais milionários durante a ditadura militar.
Especialistas apontam que a Volkswagen deve ser responsabilizada por sua omissão, mas também questionam a responsabilidade do Estado, não apenas pela demora em agir, mas por ter financiado diretamente a criação da propriedade.
A erradicação de todas as formas de trabalho compulsório é um dos princípios fundamentais da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A responsabilidade por esse compromisso recai não apenas sobre empresas e empregadores, mas também sobre o Estado, que tem o dever de zelar pelos direitos humanos, prevenir abusos e fiscalizar as condições de trabalho em seu território.
Histórico de envolvimento entre Volkswagen e a Ditadura
A multinacional alemã já havia sido investigada anteriormente por cumplicidade em atos de perseguição política durante a ditadura militar, na unidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Em 2020, a Volkswagen do Brasil assinou um acordo prevendo o pagamento de mais de R$ 30 milhões em indenizações, reafirmando seu compromisso com a transparência e a responsabilidade por seu passado.
O caso da Fazenda Volkswagen evidencia novamente a aliança entre a ditadura militar e interesses empresariais na violação de direitos humanos no ambiente de trabalho. Diante desse histórico, é papel da sociedade civil cobrar do Estado a responsabilidade por expor a verdade dos fatos e assumir sua parcela de culpa.
Direito de Imagem: Wolfgang Weihs/picture alliance