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Segundo colunista, a interação entre agentes infecciosos e receptores, além da biologia, depende de fatores sociais e econômicos como renda e educação ler
Na coluna Saúde e Meio Ambiente desta semana, o colunista Paulo Saldiva discute o impacto da desigualdade social no ambiente urbano e na saúde. Para o médico, a interação entre agentes infecciosos e receptores vai além da biologia e depende também de fatores sociais e econômicos, como renda, educação e hierarquia, o que tem sido evidenciado pela pandemia causada pelo novo coronavírus.
Segundo Saldiva, o meio ambiente urbano é desigual desde o início da criação das cidades e sempre se estabeleceu em níveis de hierarquia econômica, política e de poder, que influenciam a saúde diretamente. “O diálogo entre os agentes agressores que existem no ambiente urbano, como poluição, clima, agentes infecciosos e saneamento, não depende só da biologia da interação entre um agente e o receptor. A intensidade do efeito vai além dessa interação binária e passa a depender de fatores ambientais mais complexos como renda, educação e acesso aos serviços oferecidos por uma cidade. O conceito de ambiente urbano extrapola o conceito de ambiente físico e biológico e passa a entender aspectos sociais e econômicos.”
Para o colunista, na pandemia isso ficou claro, porque o risco de adoecimento e de morte é variável no território nacional e influenciado pelo nível econômico. “Neste momento passamos a ter uma visão mais clara de que são necessárias políticas públicas e oferecer oportunidades para reduzir essa desigualdade. Em São Paulo isso se acentua e, por exemplo, ao caminharmos pelas calçadas do Centro, é fácil de ver que se avoluma o número de pessoas que ganharam as calçadas como moradia pela incapacidade econômica de pagar por sua moradia devido à crise.”
Fonte: A coluna Saúde e Meio Ambiente, com o professor Paulo Saldiva, vai ao ar toda segunda-feira às 9h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.