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EUA veem com ceticismo sinalização de Putin de interesse na proposta de paz do Brasil

EUA veem com ceticismo sinalização de Putin de interesse na proposta de paz do Brasil ler

26 de fevereiro de 2023 - 08:00

O governo dos EUA recebeu com ceticismo a declaração feita pelo governo russo de que está examinando a proposta do Brasil para, em conjunto com outros países não envolvidos direta ou indiretamente no conflito, mediar conversas entre russos e ucranianos em busca do fim do conflito.

A declaração do Kremlin foi feita na véspera do primeiro aniversário da invasão russa na Ucrânia, ocorrido nesta sexta, 24/2, e em meio a uma escalada retórica tanto do líder russo, Vladimir Putin, como do presidente americano, Joe Biden, que qualificam a guerra como uma batalha pela sobrevivência tanto da identidade russa como da ordem democrática representada pelos americanos.

“Registramos as declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação para encontrar caminhos políticos para evitar a escalada na Ucrânia e corrigir erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os atores. Estamos examinando as iniciativas, principalmente do ponto de vista da política equilibrada do Brasil e, claro, levando em consideração a situação ‘no terreno'”, afirmou o vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, à agência de notícias russa Tass.

Consultado pela BBC News Brasil a respeito da declaração de Galuzin, o Departamento de Estado dos EUA respondeu, por meio de um porta-voz, que “a Rússia continua sendo o único obstáculo à paz na Ucrânia, e não vemos nenhuma indicação de que o presidente Putin tenha interesse em uma diplomacia significativa no momento. Só ele pode acabar com esta guerra hoje”.

Equilíbrio entre condenação e não participação na guerra

“Considerando o modo como Putin tem buscado aumentar suas posições na guerra agora, acredito que o governo Biden não vê Putin pronto para negociar nada. Há um grau de ceticismo com o que a Rússia está dizendo em relação à sugestão do Brasil de criar um grupo de mediadores mais neutros”, disse à BBC News Brasil o ex-embaixador americano no Brasil e ex-sub secretário de Estado Thomas Shannon.

Reprodução: BBC News Brasil

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