Ontem (27), a Casa Branca anunciou um acordo comercial firmado com União Europeia. As tarifas de importação de produtos europeus pelos EUA que antes seriam taxado em 30%, serão reduzidos pela metade e serão taxados em 15%.

Além disso, esta tarifa básica também será aplicada no setor automobilístico, farmacêutico e o de semicondutores. Metais como ferro e alumínio seguem sobretaxados em 50%.

Ademais, a Europa deverá investir US$ 600 bilhões nos EUA e comprar quantidades significativas de equipamentos militares estadunidenses e energia.

Alguns produtos estratégicos como aeronaves e peças de aeronaves, medicamentos genéricos e alguns produtos químicos devem seguir uma política de taxa zero a zero. Nada foi mencionado no que tange as bebidas alcoólicas.

A negociação que aconteceu na Escócia, teve como objetivo a diminuição de tarifas, prevista em todos os setores, como forma de reequilibrar o comércio entre o bloco e o país de Trump. 

Em 2024, déficit comercial dos EUA com a UE atingiu US$ 235 bilhões, um valor histórico. Nunca foi tão grande a importação de produtos europeus para os EUA.

Protecionismo de Trump

O presidente Trump, desde que assumiu o poder têm tentado implementar uma política de protecionismo para o mercado norte-americano. Contudo, uma política protecionista é uma estratégia arriscada de se seguir, haja vista a economia global que rege o sistema econômico mundial atual.

Diversos países que fornecem materiais base para as mais diversas indústrias estadunidenses foram taxados, o que encarece toda a cadeia produtiva daquele produto. Além disso, muitos dos países alvo das taxações de Trump já impuseram taxas recíprocas como forma de retaliação.

No começo deste mês, o presidente norte-americano teria adiado grande parte de suas taxações para o começo de agosto, em cartas enviadas para países parceiros comerciais – diferentemente do Brasil, em que as taxas foram impostas por motivação política.

Para o Brasil

A situação brasileira com os EUA é um pouco diferente por conta das taxas terem uma motivação mais política que econômica. No dia 9 deste mês, Trump, em sua rede Truth Social, publicou uma carta aberta ao presidente da república:

(…)A forma como o Brasil tratou o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Este julgamento não deveria estar acontecendo. É uma caça às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!

Devido em parte aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos (…), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todo e qualquer Produtos brasileiros enviados para os Estados Unidos, desvinculados de todas as Tarifas Setoriais.

Imagem: geralt | Pixabay