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Luli Radfahrer trata aqui do jornalismo computacional, feito por máquinas, sem intervenção humana, mas incapaz de emitir opiniões ou tecer um comentário ler
Em sua primeira coluna do ano, Luli Radfahrer trata de um tema que assombra os sonhos dos jornalistas: o jornalismo computacional, feito por algoritmo, sem nenhuma intervenção humana, e que, segundo o colunista, está cada vez mais próximo da realidade. A pergunta que toca na ferida é a seguinte: dá para tomar um texto de máquina como algo humano? Radfahrer responde que sim, a partir da constatação de que o texto tem padrões estatísticos capazes de ser lidos pelas máquinas, embora não por nós, seres humanos.
Ainda segundo o colunista, um bom uso da Inteligência Artificial no jornalismo seria o de checagem automática dos fatos. Portanto, o futuro poderá nos reservar algoritmos verificando notícias. Em outras palavras: ” o mesmo algoritmo que hoje é usado para escrever o texto, seria usado para ler o texto e verificar na internet se isso é real e trazer essa resposta para você”. Otimista, Radfahrer acredita que o jornalismo não deve acabar. “Na verdade, eu acho que a máquina vai substituir, sim, aquilo que a gente chama hoje de agência de notícias”, ou seja, o fato narrado, sem nenhuma interpretação. “O jornalismo de opinião, o comentário, esse é muito difícil uma máquina substituir”, sentencia.
Nessa linha de pensamento, os jornais pequenos ou aqueles voltados para pequenas comunidades também teriam sua sobrevida garantida. Isso significa dizer que o jornalismo acabará voltando às origens, quando cumpria basicamente a função de manter coesa a comunidade local.
Fonte: A coluna Datacracia, com o professor Luli Radfahrer, vai ao ar toda sexta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.