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Em tempos de coronavírus, informação não gera conhecimento

Para Renato Janine Ribeiro, apesar da quantidade de informações que temos hoje, isso não é traduzido em uma mudança de comportamento ler

23 de abril de 2020 - 08:00

Para o professor Renato Janine Ribeiro, em sua coluna desta semana, “nunca houve tanta informação quanto hoje em dia”, afirma. “Certamente, o número de pessoas no mundo que sabe sobre o risco de morte que representa a pandemia é muito grande. Em dois ou três meses, essa consciência se difundiu extraordinariamente. Ou melhor dizendo: não exatamente uma consciência, uma informação. E aí está o problema: existe uma informação que não vira consciência, conhecimento. Existe algo que está disponível a todos, e no entanto isso não afeta a conduta, é um conhecimento que não afeta a ação”, garante o colunista.

“As pessoas ouvem autoridades – e não estou falando de poder, mas sim de cientistas, médicos. E isso não faz com que elas mudem seu modo de agir. Continuam como se nada fosse acontecer”, afirma ele. “É claro que isso vem de uma campanha totalmente incompreensível do presidente da República contra as medidas recomendadas por todas as organizações de saúde. E há pessoas que se fiam nele, acreditando. E isso retoma nossa questão: por que confiar em um político e não em um médico? Se você estiver doente, você vai ao médico ou a um charlatão? Vai confiar no médico ou no vizinho? Este é o problema: muita gente acredita no vizinho.”

“Quando você fica doente, precisa fazer alguns esforços, ficar acamado, mudar a alimentação. Mas há pessoas que simplesmente não querem fazer qualquer esforço e acreditam na solução miraculosa do problema”, afirma Janine.

Fonte: A coluna Ética e Política, com o professor Renato Janine Ribeiro, vai ao ar toda quarta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.

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