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Segundo Luli Radfahrer, o “pescoço de celular”, suposta fratura de tanto ficar curvado ao aparelho, é uma falácia ler
Na coluna Datacracia de hoje, o professor Luli Radfahrer comenta sobre “pescoço de celular”, suposta lesão que se cria por se passar tanto tempo curvado ao aparelho. “Existem alguns estudos, principalmente brasileiros, de pesquisadores do Rio de Janeiro, mostrando que isso é uma grande falácia. Nossa cabeça é pesada, e o corpo está preparado para sustentá-la e a mover em todas as direções”, comenta Radfahrer. “Então, sim, ficar curvado olhando o celular é equivalente a ter vinte e cinco quilos na cabeça, mas o pescoço é capaz de suportar cento e cinquenta, caso contrário você poderia quebrá-lo com qualquer movimento mais brusco.”
O professor comenta que estamos acostumados a ficar curvados desde sempre, e que associamos isso ao celular devido ao uso constante desse aparelho por pessoas ao nosso redor, dando a impressão de que ficamos mais curvados. “Quando se via uma pessoa lendo por muito tempo, ou estudando por muito tempo, essa pessoa estava curvada”, aponta o professor. “O que não se pode fazer é ficar muito tempo parado na mesma posição, porque isso pode dar uma dor posterior”, completa.
Mesmo que essa lesão seja fictícia, não quer dizer que não tenhamos de ficar preocupados. “Não vai ter um problema na cervical se ficar olhando o celular, mas sempre se pode tomar um tombo, trombar com alguém, pisar em falso, ou ainda um acidente mais grave, caso esteja dirigindo, por exemplo”, explica Radfahrer. “O mais importante para evitar o desconforto é variar a posição. Existem aplicativos que ligam o alarme a cada vinte minutos, indicando que é o momento de se mexer e criar o hábito de se mexer constantemente”, indica. Para Luli Radfahrer, os celulares são aparelhos seguros, mas que podem causar desconforto se usados por horas. “O maior problema é se alguma sujeira ou bactéria vir com ele, mas ortopedicamente são seguros”, finaliza.
Fonte: A coluna Datacracia, com o professor Luli Radfahrer, vai ao ar toda sexta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.