Nesta edição de sua coluna, Octávio Pontes Neto fala sobre a hemorragia subaracnoide aneurismática (HSA), um subtipo de AVC, e o tratamento para essa moléstia, que ocorre quando há uma ruptura de um aneurisma localizado dentro do espaço subaracnoide, que é uma das camadas protetoras ao redor do cérebro. Um aneurisma é uma dilatação anormal de uma artéria causada por enfraquecimento na parede do vaso sanguíneo. Quando ocorre a ruptura de um aneurisma cerebral, o sangue é liberado no espaço subaracnoide, resultando em uma hemorragia.

Conforme o colunista, essa condição é considerada um tipo de acidente vascular cerebral (AVC) e pode ser extremamente grave, podendo levar a complicações como danos cerebrais permanentes, incapacidade física, déficits neurológicos, coma e até mesmo morte, dependendo da gravidade do sangramento e do tempo de intervenção médica.

“O estudo clínico Earlydrain foi um ensaio clínico randomizado, pragmático, multicêntrico, de grupo paralelo, aberto, com avaliação de desfecho cego, realizado em 19 centros na Alemanha, Suíça e Canadá. Foram incluídos 287 pacientes adultos com hemorragia subaracnoide aneurismática aguda de todos os graus clínicos. Os pacientes foram randomizados para receber drenagem lombar adicional após o tratamento do aneurisma ou apenas o tratamento padrão. Os resultados mostraram que, após seis meses, 32,6% dos pacientes no grupo da drenagem lombar e 44,8% no grupo de cuidados padrão apresentaram um desfecho neurológico desfavorável. Os pacientes tratados com drenagem lombar tiveram menos infartos secundários na alta hospitalar.”

“Conclui-se que a drenagem lombar profilática após a hemorragia subaracnoide aneurismática reduziu o número de infartos secundários e diminuiu a taxa de desfecho desfavorável em seis meses. Esses achados apoiam o uso da drenagem lombar após a HSA.”

Fonte: Jornal da USP