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Editorial

Do lixo se faz luz, asfalto e economia de dinheiro público

A política de resíduos sólidos da administração Daniel Alonso ignora a riqueza que o lixo pode gerar e se mantém atrelada à "vanguarda do atraso" ler

06 de março de 2020 - 12:02

O problema do lixo em Marília se arrasta faz tempo. Desde quando o aterro de Avencas foi interditado pela CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), em 2011. O prefeito Bulgarelli, em 2010, falava em licenciamento de um novo aterro sanitário. Falatório que até hoje não saiu do papel. Desde então, nenhum prefeito apresentou solução definitiva para o grave problema.

Pior, todos eles escolheram a solução fácil da exportação de riqueza via transbordo do nosso lixo. A “vanguarda do atraso” ganhou um novo capítulo com pompa na administração Daniel Alonso: a inauguração da Plataforma de Transbordo dos Resíduos Sólidos Domiciliares com licenciamento “inédito”.

Resultado: ao invés de gerarmos riquezas, nós pagamos uma conta cara de quase R$ 18 milhões por ano. Este ciclo de insanidade gerencial do transbordo milionário e sem sentido do lixo da nossa cidade precisa acabar com urgência.

Até porque existe tecnologia para solucionar definitivamente a questão. O caminho é simples: precisamos criar uma Central de Valorização Energética de Resíduos Sólidos Urbanos. Esta solução é definitiva, mais barata, inteligente e ambientalmente correta.

O conceito é eliminar todo lixo por meio de processo térmico controlado, na presença de oxigênio. A combustão libera gazes a altas temperaturas que ao passar na caldeira transforma-se em vapor, produzindo energia elétrica. O sistema é fechado e não libera gases tóxicos na natureza.

Os rejeitos do processo são cinzas sulfatadas, reutilizadas como base do recapeamento asfáltico.

Sim, do lixo se faz luz e recapeamento asfáltico!

Este modelo de tratamento do lixo pode reduzir os custos em 50% à Prefeitura numa Parceria Público-Privada. A iniciativa privada investiria R$ 40 milhões na Central para produzir 5 megawatt/hora de energia elétrica com o lixo. A Prefeitura investiria R$ 9 milhões pelo serviço no ano, metade do valor do transbordo.

Além disso, terá o benefício do uso das cinzas no recapeamento asfáltico, diminuindo o preço em até 20%. Para melhorar, o município arrecadará impostos com a atividade econômica da Central e gerar empregos na cidade.

A mudança está nas mãos do Prefeito Daniel Alonso. Cabe somente a ele colocar Marília no século XXI no tocante ao tratamento de lixo, pondo fim ao ciclo insano do transbordo milionário e sem sentido escolhido pelos prefeitos anteriores.

Outra contribuição seria retirar nossa cidade da inconveniente posição de 526ª na eficiente ambiental paulista.

Enfim, há muito luz, asfalto e economia de recursos financeiros municipais no fim do lixo.

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