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Dissonância cognitiva ou irresponsabilidade: o que move o presidente?
Alvaro Moisés analisa em sua coluna o comportamento do presidente Bolsonaro, que sai às ruas para apoiar manifestantes em meio a uma onda crescente de casos de coronavírus no País ler
“Não está muito claro se nós estamos vivendo o que poderia ser, aparentemente, um episódio de dissonância cognitiva de parte da maior autoridade pública do País, ou um caso puro e simples de absoluta e completa irresponsabilidade”. A afirmação do professor e cientista político José Alvaro Moisés tem a ver com o comportamento do presidente Jair Bolsonaro, que, a despeito da preocupação justificada causada pelo crescimento do número de casos de coronavírus no País, saiu às ruas, no domingo (15), no Distrito Federal, para participar de manifestações a seu favor e contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, o presidente teve contato com mais de 200 pessoas, correndo sérios riscos de ser contaminado ou de – já que esteve sob suspeita de estar com a doença – contaminar outras pessoas. Num momento em que o governo precisa aprovar emendas importantes, o atual contexto de conflitos entre Executivo e Legislativo só agrava a situação – na verdade, “torna-se muito difícil uma resposta positiva da parte de um dos poderes que está sendo atacado pelo Poder Executivo e pelo presidente da República.”
Conclui o colunista: “É preciso avaliar o significado que isso tem do ponto de vista do funcionamento normal da Democracia. Levanta-se uma dúvida muito séria sobre o sentido dessas ações”.
Fonte: A coluna A Qualidade da Democracia, com o professor José Álvaro Moisés, vai ao ar toda terça-feria às 8h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.