Dengue: a culpa é dos governos municipais
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LIRAa 2019 indica que Marília tem alto risco de epidemia de doenças causadas pelo mosquito aedes aegypt ler
Todo ano, o Ministério da Saúde realiza uma pesquisa intitulada “Levantamento Rápido do Índice por Aedes aegypti (LIRAa)”. O objetivo é identificar as cidades brasileiras em situação de risco de epidemia de dengue. Esta situação é caracterizada quando mais de 3,9% dos imóveis pesquisados do município tem larvas do mosquito Aedes aegypti. Quando o índice estiver entre 1% e 3,8% a cidade deve ficar em estado de alerta, enquanto abaixo de 1% a situação encontra-se em um nível satisfatório.
O LIRAa de 2019 demonstrou que 73,9% dos focos do Aedes aegypti estão concentrados em depósitos de água (37,5%) e lixões (36,4%), principalmente naqueles municípios onde o fornecimento da água é insatisfatório, obrigando a população a improvisar e armazenar água indevidamente, bem como onde existe deficiências na coleta de lixo. Ambos serviços, segundo o Artigo 30, inciso V da Constituição do Brasil são responsabilidades das Prefeituras.
Em 2019, segundo o LIRAa, a cidade de Marília ostenta um índice de alerta altíssimo para epidemia de dengue de 3,9%. Isto significa que a população de Marília precisa fazer sua parte no combate ao mosquito e a proliferação da doença. Do contrário, corremos o risco de sofrer nova epidemia, a qual prevalece quando este mesmo índice chega a 4%.
Seis 6 bairros (Cascata, na Zona Leste e Parque das Nações, Santa Antonieta I e II, Julieta e Renata, na Zona Norte) apresentaram índices preocupantes de mosquito com capacidade de transmitir a dengue para as outras regiões da cidade. A Prefeitura de Marília tem pleno conhecimento desses dados. Tem também conhecimento que a Zona Norte é a região que mais sofre com a falta de água e a Zona Leste possui áreas públicas e privadas onde, frequentemente, podemos observar lixo acumulado. Além do problema em toda a cidade da coleta de lixo.
Como podemos observar, a Prefeitura de Marília não faz a sua parte na prevenção e combate à dengue, principalmente nos bairros sensíveis, onde falta água e a coleta de lixo foi irregular. Foi exatamente a partir desses locais críticos que o mosquito pode proliferar e atingir todas as regiões da cidade, sem preconceitos de raça, cor, gênero ou condição financeira.
Portanto, se estamos com risco alto de uma epidemia de dengue é porque o poder público não faz a sua parte. É negligente na solução do problema de distribuição de água e coleta de lixo. Não dá atenção aos alertas sobre as regiões com alto risco de proliferação do mosquito e da doença. Não contratou mão de obra suficiente para realizar a vigilância sanitária nas residências dos cidadãos e realizar nebulizações, bem como não promoveu uma campanha de conscientização da população, na mesma medida em que divulgou a esmo outras bobagens da Prefeitura na mídia local.
Como consequência, o barato vai sair caro, principalmente em vidas perdidas. Além disso, cabe ressaltar o custo econômico da dengue. Em 2015, 5.811 marilienses deixaram de trabalhar para o tratamento da doença. O que equivaleu a duas folhas de pagamento da maior empresa do município, ou seja, R$ 12 milhões. Sem contar as perdas das empresas pela paralisia na produção. Pior é aquele doente de dengue que depende só de si para ter seus rendimentos, tais como faxineiras, pedreiros, advogados, marceneiros, etc.
Em resumo, o combate à dengue exige do prefeito e da Prefeitura atenção constante, diligência, presença, porque a dengue se vence todo dia, no trabalho duro do cotidiano em parceria com a população. Na realidade, está faltando arregaçar às mangas e mãos à obra com seriedade e menos marketing político!