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Delator do PCC assassinado no Aeroporto Internacional de São Paulo
Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos, delator da organização criminosa Primeiro Comando da Capital, assassinado com 10 tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo. ler
No dia 8 de novembro de 2024, Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi assassinado no Aeroporto Internacional de São Paulo, ao voltar de uma viagem feita a Maceió com a namorada Maria Helena Paiva Antunes. O empresário, que já tinha uma passagem de transações criminosas com uma das maiores facções do Brasil, o Primeiro Comando da Capital, estava sendo ameaçado após um acordo de delação premiada com o Ministério Público para entregar esquemas de lavagem de dinheiro do PCC e crimes cometidos por policiais.
Gritzbach era corretor de imóveis no bairro de Tatuapé, Zona Leste de São Paulo, até negociar com Anselmo Bicheli Santa Fausta, apelidado no mundo do crime de “Cara Preta”, homem responsável pelo tráfico internacional de armas e drogas. Antônio Vinícius, logo após a conexão com o membro da organização, tornou-se um empresário com um patrimônio multiplicado, o qual possuía cerca de 15 apartamentos, tinha postos de gasolina, sítios, lanchas e até helicópteros.
Um tempo depois do começo das negociações, Antônio Vinícius sugeriu a “Cara Preta” que investisse em criptomoedas por conta da rentabilidade do investimento, porém, tal ação causou, dois anos mais tarde, um atrito entre os dois. Assim, em 27 de dezembro de 2021, “Cara Preta” e “Sem Sangue”, motorista de Anselmo, foram assassinados no Tatuapé. Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, na época, negou o envolvimento com o caso, mas o Ministério Público o acusou de ser o mandante do crime.
Dessa forma, a Polícia Militar prendeu Gritzbach e o levou à Penitenciária 1 de Presidente Venceslau, porém, depois de cerca de mais de 1 ano, Antônio teve progressão da pena com a obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica, já que sua defesa alegou que Gritzbach corria risco de vida, pois havia membros da facção PCC na Penitenciária.
Assim, já com a vida em ameaça, Antônio Vinícius Lopes Gritzbach fez um acordo com o Ministério Público (MP) de São Paulo para fornecer informações essenciais para as investigações sobre lavagem de dinheiro e corrupção de agentes públicos. Antônio Vinicius contribui alegando que um delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) exigiu dinheiro para não o implicar no assassinato do “Cara Preta’, além de fornecer informações que ajudaram na prisão de dois policiais civis do Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
Desse modo, com a integridade extremamente ameaçada, no dia 8 de novembro, Antônio Vinícius Lopes Gritzbach morreu com 10 tiros na região dos braços, rosto, costa e entre a costela e o quadril, após cerca de 29 tiros serem em sua direção. Gritzbach morreu sem nenhuma proteção, mesmo com seus dois seguranças particulares, Danilo Lima Silva e Samuel Tillvitz da Luz, estarem presentes.
Nas imagens das câmeras de segurança do Aeroporto, por volta das 16:00 horas, nota-se ele sendo acompanhado da namorada e um de seus seguranças em caminho à área externa do Aeroporto, onde, no outro lado da rua, um Gol Preto espera por Antônio. Danilo Lima, seu segurança, atravessa a rua, logo depois o empresário o segue. Sendo assim, imediatamente, atacado por 2 homens encapuzados que descem do veículo e efetuam os disparos.
Portanto, a partir de seu acordo com o MP de delação premiada e por já ser perseguido desde dos homicídios de “Cara Preta” e “Sem Sangue”, Antônio Vinícius Lopes Gritzbach foi morto com 10 tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo à plena luz do dia. Tal ocorrência resultou em alguns suspeitos, mas ainda nem todos os envolvidos foram encontrados. Além disso, três pessoas foram feridas, resultando na morte de Celso Araujo Sampaio de Novais, de 41 anos, com um tiro nas costas. As outras duas pessoas foram levadas ao hospital e já receberam alta.
Redator: Maísa Faria Pereira
Revisor: Karini Yumi
Reprodução de Imagem: G1