Um recente estudo associou o nível de corrupção no setor público com o grau de desenvolvimento econômico dos países. Cruzando duas variáveis: a incidência do uso freqüente pelos políticos e burocratas de cargos públicos direcionados a ganhos privados (desvio de recursos, fraudes tributárias, direcionamento de licitações públicas, etc) e as taxas anuais de crescimento econômico do país presentes na variação do PIB.

As conclusões não deixam margem à dúvida. A corrupção introduz a ineficiência na economia, reduz a produtividade dos investimentos, contribuindo para taxas decrescentes do PIB, inserindo no setor financeiro graus elevados de volatilidade,
os quais justificam o spread elevado na taxa de juros. Com muito esforço, nas etapas iniciais dos empreendimentos, muitos empresários diluem os malefícios da corrupção.

Ainda que vêem diminuídos os incentivos e a viabilidade de investimentos marginais, os quais, em muitos contextos, poderia ser também fonte geradora de crescimento.

Já no longo prazo, os custos da corrupção se traduzem no aumento das injustiças e desigualdades, na desconfiança sobre as instituições e o sistema político. Corrupção e pobreza tornam-se permanentes na mesma medida em que produzem o aumento
sustentado do preço relativo do investimento e da produtividade do capital decrescente.

Tristemente, nosso Brasil e, especialmente nossa cidade de Marília é o exemplo, o retrato perfeito desse estudo!

Marcelo Fernandes Professor na Unesp de Marília, Livre Docente desde 2012, Marcelo é um respeitado ativista social em prol da cidadania, com diversos projetos na área da educação para a política e na vigilância ao poder público.

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