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Opinião

Criatividade contra a dengue

Concomitantemente à pandemia da Covid-19, estamos entrando em uma epidemia da dengue em Marília ler

Marcelo Fernandes Ativista social em prol da cidadania.
09 de maio de 2020 - 18:10

O combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, deve ser permanente. Circunscrevê-lo entre dezembro e março, meses com maior ocorrência de chuvas e com a inevitabilidade do surgimento de ambientes propícios ao desenvolvimento das larvas, é um crime contra a saúde pública.

Aliás, no caso de Marília, na gestão Daniel Alonso, este ano, nem no período mais perigoso, houve ações efetivas de combate ao Aedes aegypti. Agora, concomitantemente a pandemia do Covid-19, estamos entrando em uma epidemia da dengue. Já são mais de mil casos registrados.

Tudo isto é uma demonstração de acomodamento e descaso das autoridades públicas com a população. Por responsabilidade da administração Daniel Alonso estamos reféns de um frágil mosquitinho que despercebido, torna-se capaz de produzir uma epidemia de conseqüências catastróficas.

Sem esquecer, é óbvio, da incapacidade gerencial em lidar com a pandemia do Covid-19.

A solução do problema da dengue só ocorrerá através de atenção e vigilância permanente, o ano inteiro da Prefeitura combinada a uma pitada de criatividade.

Temos que, por um lado, manter constante as formas clássicas de mobilização e combate a doença, tais como campanhas educativas, visitas dos agentes de saúde nas residências, nebulizações, limpeza pública e aplicação de multas, etc.

E, por outro lado, temos que inventar novas estratégias eficazes contra a proliferação do mosquito e da doença. Por exemplo, poderíamos dar um prêmio em dinheiro ao morador que fosse sorteado para receber uma equipe de combate a doença e tivesse sua residência considerada livre de criadouros.

Só que o recebimento do benefício só ocorreria se seus vizinhos à direita e à esquerda também estiverem livres da dengue. Dessa maneira, a população tem a possibilidade de zelar pela saúde, mobilizar vizinhos, recebendo um benefício. Auxiliando na luta contra o mosquitinho que, até o momento, vem dando uma surra na administração do Prefeito Daniel Alonso.

Infelizmente, hoje, o mariliense não sabe se tem mais medo do novo coronavírus ou da dengue. Que tempos vivemos!

Marcelo Fernandes Professor na Unesp de Marília, Livre Docente desde 2012, Marcelo é um respeitado ativista social em prol da cidadania, com diversos projetos na área da educação para a política e na vigilância ao poder público.

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