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Opinião Brasil

CPI das Apostas: o espetáculo da política e a invisibilização do verdadeiro problema

Discussão central sobre os impactos das apostas online é deixada em segundo plano ler

Maísa Faria Pereira
16 de maio de 2025 - 08:00

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, instaurada pelo Senado Federal, avança em meio a intensas repercussões nas redes sociais. A comissão foi criada para apurar a atuação de casas de apostas online no Brasil, especialmente a relação dessas plataformas com a publicidade promovida por influenciadores digitais. Contudo, o debate público tem se desviado do cerne da questão: as apostas em si e seu impacto real sobre a população, em especial os jovens brasileiros.

A banalização da política e a conivência institucional

Nos últimos dias, vídeos dos depoimentos de figuras públicas como Virginia Fonseca e Rico Melquiades dominaram as redes sociais. As imagens viralizadas mostram influenciadores com milhões de seguidores tratando a CPI com aparente leveza e descontração. A postura de Virginia, por exemplo, foi amplamente comentada: desde sua forma de se vestir até a maneira como interagiu com os parlamentares, tudo contribuiu para a percepção de que a sessão parlamentar se assemelhava mais a um talk show do que a uma investigação séria sobre um problema social.

Críticas à maneira como a influenciadora tratou a CPI são válidas e refletem o sentimento de descrença de parte da população. No entanto, causam ainda mais espanto os próprios senadores, responsáveis pela condução da investigação, contribuírem para esse clima de informalidade — chegando, em alguns casos, a pedir fotos com a depoente durante a sessão. Essa atitude escancara não apenas a banalização da política, mas também o distanciamento entre representantes públicos e a função institucional que deveriam exercer com seriedade.

O verdadeiro problema: as casas de apostas

Apesar da comoção nas redes sociais com a postura dos influenciadores, pouco se discute o verdadeiro foco da CPI: a atuação das casas de apostas online e seu impacto social. As chamadas “bets” movimentam bilhões de reais e, embora legalizadas no Brasil, operam de maneira similar às plataformas de jogo ilegal. A forma como são promovidas — com estratégias agressivas de marketing, apelos emocionais e promessas de ganhos fáceis — tem preocupado especialistas e parlamentares, que apontam uma possível ligação com o crescente endividamento da juventude.

Uma indústria que lucra com o desespero

O que deveria estar no centro do debate público é justamente isso: como plataformas que lucram à medida que os usuários perdem são amplamente divulgadas por figuras influentes entre o público jovem? Por que essas casas são legalizadas e por que seu incentivo é tratado com tamanha naturalidade?

É fundamental refletir sobre o contexto em que jovens, muitas vezes desinformados, em situação de vulnerabilidade econômica ou simplesmente em busca de diversão, se tornam alvos fáceis desse mercado. Quando o Estado permite e, de certa forma, legitima a expansão desse tipo de negócio sem uma regulação efetiva, contribui para aprofundar desigualdades sociais, transferindo riscos financeiros à população enquanto concentra os lucros em grandes empresas e influenciadores.

A urgência da crítica 

A CPI das Bets, prorrogada até junho de 2025, já convocou outros nomes influentes, como Felipe Neto, Viih Tube, Gusttavo Lima, Jojo Todynho, Deolane Bezerra e Tirulipa. A expectativa é que os depoimentos ajudem a traçar um panorama completo da relação entre celebridades e o setor das apostas. Durante as oitivas, surgiram indícios de campanhas publicitárias disfarçadas de conteúdo digital e possíveis crimes como lavagem de dinheiro.

Ainda assim, o que vem ganhando destaque são os memes, a teatralização das sessões e o comportamento dos influenciadores — e não o sistema que está sendo investigado. A naturalização do lucro de poucos à custa do sofrimento e do endividamento de muitos deveria ser o principal motivo de indignação. Contudo, o que mais chama a atenção é a roupa ou o tom de voz de uma influencer ao depor.

A sociedade parece já ter assimilado, com certa resignação, a lógica de que os ricos continuarão enriquecendo à custa da pobreza alheia. A verdadeira denúncia — a estrutura perversa que transforma desespero em lucro — é silenciada por um espetáculo midiático que entretém, mas pouco esclarece.

Revisor: Karini Yumi

Reprodução de Imagem: Lula Marques/Agência Brasil

Maísa Faria Pereira Graduanda no curso de Relações Internacionais na Universidade Estadual Paulista - campus de Marília. Membro do Laboratório de Realidades Virtualizadas da Unesp de Marília.

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