Em 2016, o então candidato a prefeito Daniel Alonso afirmou em campanha eleitoral que, se eleito, recuperaria o Parque Aquático da cidade. A promessa ainda é veiculada no canal da mesma campanha a prefeito de Alonso no YouTube e pode ser vista logo abaixo.

Com uma trilha sonora melancólica, Daniel, em frente à entrada do Parque abandonado, discorre sobre o descaso com a situação do local, relembra as possibilidades que o empreendimento pode significar para o município e toda a população no quesito esporte e lazer, e ainda faz promessas vazias que, agora, culminam em atitudes contrárias ao prometido em campanha.

Em abril de 2018, a TV TEM, afiliada da Rede Globo, realizou uma longa reportagem chamando à atenção para o fato de que o antigo Parque Aquático de Marília havia sido transformado em lixão a céu aberto em plena administração Daniel Alonso. Dois anos após assumir, a promessa de campanha continuava sem ser cumprida.

Como resposta, já em 2019, o prefeito Daniel Alonso sancionou a Lei Nº. 8372 de 15 de abril de 2019, a qual desafetou e incorporou o imóvel do Parque Aquático como propriedade do município de Marília, autorizando sua privatização, inclusive as benfeitorias, exceto os toboáguas, mediante a realização de procedimento licitatório na modalidade Concorrência ou Leilão.

Todo recurso arrecadado deverá ser destinado ao IPREMM (Instituto de Previdência do Município de Marília) para o pagamento de aportes financeiros e amortização da dívida parcelada de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Marília.

A essa altura, já estava consolidada a mudança de pensamento do prefeito Daniel Alonso. A promessa eleitoral já não fazia mais sentido. Sem perder tempo, em 19 de novembro de 2019, ele promoveu o edital para a venda do Parque Aquático.

As propostas serão conhecidas no próximo dia 19 de dezembro, quinta-feira. As condições de venda são bastante amigáveis: 50% de entrada e o saldo devedor em até 24 vezes. O valor inicial da proposta é de R$ 4.646.037,61 (quatro milhões, seiscentos e quarenta e seis mil, trinta e sete reais e sessenta e sessenta e um centavos).

Outrora local de diversão e lazer da população mariliense mais carente, o parque aquático virou promessa de campanha do prefeito Daniel Alonso. Já durante sua gestão, transformou-se em “lixão” a céu aberto para, agora em 2019, ser vendido a fim de refazer o caixa do IPREMM.

Parque Aquático de Marília virou lixão em período de
crise da limpeza pública, em 2018 – Reprodução: TV TEM

Marcelo Fernandes Professor na Unesp de Marília, Livre Docente desde 2012, Marcelo é um respeitado ativista social em prol da cidadania, com diversos projetos na área da educação para a política e na vigilância ao poder público.

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