Como a violência colonial produz hierarquias materiais e alienação psíquica
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O pretenso complexo de dependência do colonizado ler
A ideia de que algumas pessoas são “naturalmente dependentes” ou “inferiores” já foi usada para justificar desigualdades profundas ao longo da história. Estudos mostram que, em vez de ser uma característica individual, essa suposta inferioridade é, na verdade, produzida por sistemas de dominação. Quando um grupo é mantido à margem do acesso à educação, empregos qualificados e oportunidades, não se trata de falta de capacidade, mas de barreiras intencionalmente construídas. Em países que viveram sob regimes coloniais, por exemplo, a hierarquia racial ainda reflete nos índices de pobreza, violência e exclusão social.
O racismo não se limita a ofensas ou discriminação isolada – ele molda a economia. Dados históricos revelam que, em muitos lugares, leis impediam que pessoas negras exercessem certas profissões ou adquirissem propriedades, garantindo que a riqueza permanecesse concentrada em um grupo específico. Mesmo depois do fim dessas leis, as consequências persistem: quem foi privado de acumular recursos por gerações enfrenta dificuldades muito maiores para ascender socialmente. Alguns teóricos argumentam que o racismo, longe de ser irracional, tem uma função econômica clara: manter privilégios e justificar a exploração.
Uma das estratégias mais eficazes desse sistema é convencer até mesmo os mais pobres entre os privilegiados de que têm algo a perder caso a hierarquia racial seja questionada. Em vez de unirem-se contra a exploração econômica, grupos oprimidos são colocados uns contra os outros, criando divisões que beneficiam quem está no topo. Isso explica, por exemplo, por que em algumas sociedades trabalhadores brancos historicamente resistiram a lutar ao lado de trabalhadores negros mesmo quando ambos eram explorados. O medo de perder um status simbólico (ser considerado “superior”) muitas vezes fala mais alto do que a busca por justiça social.
Até a psicologia pode ser uma arma de dominação. Quando a resistência de grupos oprimidos é tratada como “agressividade injustificada” ou “complexo de inferioridade”, ignora-se que essas reações são respostas a um sistema violento. Especialistas afirmam que patologizar a luta por direitos é uma forma de manter o controle, transformando vítimas em “problemas” a serem resolvidos, em vez de reconhecer as causas reais da desigualdade. Em muitos casos, a própria ciência foi manipulada para servir a interesses de dominação, criando teorias que justificavam a exclusão com argumentos supostamente “biológicos” ou “culturais”.
O racismo não é um simples reflexo da desigualdade econômica, ele é um mecanismo ativo que a produz, justifica e protege. Analistas apontam que, em sociedades marcadas pela herança colonial, a hierarquia racial foi estrategicamente construída para garantir mão de obra barata e concentrar riqueza. Quando certos grupos são sistematicamente excluídos de empregos qualificados, salários dignos e propriedade, não se trata de uma falha do sistema, mas de seu funcionamento planejado. O mito da “inferioridade” serve para naturalizar a exploração, transformando privilégios históricos em direitos aparentemente merecidos. Enquanto alguns lucram com a divisão entre trabalhadores, mantendo-os competindo por migalhas, o sistema que os explora permanece intocado. O racismo, portanto, não é um resquício do passado: é uma ferramenta viva, usada para proteger interesses econômicos e evitar mudanças que ameacem o status quo.
Revisor: Ana Rafaela Nascimento