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Colunista comenta caso de operadora de saúde norte-americana acusada de fraude

A Theranos, segundo Marília Fiorillo, prometia revolucionar o sistema de saúde norte-americano, mas na verdade era expert em calar seus subordinados à custa de lavagem cerebral ler

13 de outubro de 2021 - 08:27

Ao comentar em sua coluna desta semana o caso Theranos, que envolve uma das maiores operadoras de planos de saúde dos EUA – no momento sendo julgada por fraude -, Marília Fiorillo aborda um aspecto da questão que considera relevante: empresas que impõem internamente a cultura de seita. A Theranos prometia revolucionar o sistema de saúde americano com uma máquina que, com uma única gota de sangue, diagnosticaria uma centena de doenças a um preço infinitamente mais baixo. Sua fundadora, Elizabeth Holmes, chegou a ser aclamada como um novo Steve Jobs em capas de notórias revistas norte-americanas. O fato é que, em 2014, a empresa valia US$ 9 bilhões e, ao longo do tempo, recebeu o aporte de investidores pesos-pesados, como Henry Kissinger e o magnata da mídia, Rupert Murdoch.

“O que não se sabia”, diz Marília, “era que todo o esquema não passava de uma fraude”. A tal máquina que diagnosticava doenças com uma única gota de sangue quebrava com muita facilidade, misturava amostras e os resultados dos exames, de tão ruins, levou a que fossem usados, clandestinamente, equipamentos tradicionais para apresentar diagnósticos corretos. A fraude durou anos, até ser investigada e denunciada por um jornalista do The Wall Street Journal. “O incrível era que os funcionários sabiam […], mas o misto de terror e lavagem cerebral os impedia de denunciar.” De acordo com Marília, não basta a intimidação para calar os subordinados, mas a lavagem cerebral e a reiteração da mentira.

No resumo da ópera, Elizabeth Holmes e seus sócios estão sendo julgados por 12 acusações de fraude do “kit gotinha” e podem pegar 20 anos de prisão. O valor da empresa caiu para zero. A defesa vai alegar a síndrome de Estocolmo, “isto é, o grande mito Elizabeth Holmes teria sido enganado e influenciado pelo sócio, que era também o seu par romântico. Holmes não desiste mesmo de insistir em suas enganações”.

Disponível: A coluna Conflito e Diálogo, com a professora Marília Fiorillo, vai ao ar toda sexta-feira às 10h50, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM).

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