As tensões diplomáticas entre os Estados Unidos e a China aumentaram após a acusação chinesa, sem provas, de que os Estados Unidos teriam usado balões para sobrevoar os territórios de Xinjiang e do Tibete.

As potências estão em conflito acerca dos objetos voadores após o governo norte-americano ter abatido no último mês um “balão espião” na costa da Carolina do Sul. O governo chinês respondeu que o balão era de investigação civil, mas que teria desviado do seu curso por engano e que os EUA estariam exagerando em suas acusações.

Nesta semana, o governo chinês acusou os EUA de enviarem balões para sobrevoar o território da China sem autorização desde maio de 2022. Ainda que o governo estadunidense tenha contestado, a China não apresentou provas das acusações. Ainda na última quarta-feira (14), Pequim afirmou que os balões norte-americanos foram detectados em áreas altamente controladas de Xinjiang e do Tibete. É nessas regiões que a China é acusada de fortes violações dos direitos humanos contra a população da etnia Han.

“Sem a aprovação das autoridades chinesas, voou ilegalmente pelo menos dez vezes sobre o espaço territorial da China, incluindo Xinjiang, Tibete e outras províncias”, informou Wang Wenbin, porta-voz do Ministérios dos Negócios Estrangeiros.

A secretária de Estado adjunta, Wendy Sherman, reiterou que as alegações de Pequim sobre os tais “balões norte-americanos” seriam falsas.

O governo dos EUA juntou à sua lista negra de exportações seis entidades chinesas que poderiam ser as responsáveis pelos balões de vigilância. A China afirmou que as sanções são ilegais e ameaçou retaliar.

“A China opõe-se fortemente a essas sanções e vai tomar medidas contra entidades norte-americanas que prejudiquem a soberania e segurança do país de acordo com a lei”, acrescentou Wang.

*Com informações da RTP – Pequim