O pesquisador e docente Dr. Vitor Engrácia Valenti, da FFC (Faculdade de Filosofia e Ciências) da Unesp em Marília, realiza em parceria com a Oxford Brookes University (Londres, Reino Unido) e a Uncisal (Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas), um estudo que analisa periodicamente os casos notificados da Covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus, Sars-CoV-2).

Em reportagem exclusiva, o professor, que também é um Colunista do Bem, nos forneceu os dados das projeções para os possíveis cenários que a cidade de Marília pode enfrentar no combate à pandemia, neste mês de junho.

A projeção otimista estima que até o dia 15 de junho, a cidade notifique cerca de 200 casos, no total. Por outro lado, a projeção pessimista, a qual considera ausência de medidas preventivas, estima que, até a mesma data, a cidade possa registrar mais de mil casos.

De acordo com Valenti, os cálculos foram considerados com base na dinâmica da doença em outros países e seu poder de disseminação.

Reabertura do comércio

As projeções vêm a público justamento quando Marília reabre todo seu comércio e libera o funcionamento de diversos serviços. Permitida por Decreto do prefeito Daniel Alonso (PSDB), a abertura dos estabelecimentos do centro comercial do município causou diversas aglomerações.

Foi possível flagrar o desrespeito a algumas medidas simples, como distanciamento entre consumidores (sobretudo fora da loja, em fila de espera), várias pessoas sem máscara e indivíduos do grupo de risco reunidos nas calçadas das ruas São Luiz e 9 de Julho e da avenida Sampaio Vidal.

Pesquisas recentes

Vitor Valenti divulgou recentemente um estudo mostrando que o município teria 2.260 pessoas infectadas pela Covid-19, caso o Poder Público mariliense não tivesse adotado nenhuma medida protetiva para conter a pandemia. 

Caso não fossem adotados uma quarentena com isolamento social, bem como as demais medidas como o fechamento do comércio, restrições de acesso e cancelamento de viagens, a cidade poderia ter registrado 2.300 contaminações até meados de maio.

Contudo, o pesquisador lembra que é importante destacar que projeções matemáticas são passíveis de erro e é necessário acompanhar todos os dias o avanço dos casos.