Marília vê a confirmação de casos de dengue triplicar em apenas duas semanas no mês de fevereiro. Os números confirmados da doença chegaram a 181, além de 787 suspeitas (pessoas com sintomas da doença), já notificadas à Vigilância Epidemiológica.

Em relação aos números do mesmo período do ano passado, com 49 confirmações, a cidade registrou praticamente quatro vezes mais casos. Em 2019, três pessoas morreram com o vírus da dengue. Em 2020, a cidade já tem um caso suspeito de óbito, ainda está sob investigação.

Há menos de 30 dias eram só 7 casos.

Evolução preocupa

Na semana passada eram 123 casos positivos em toda cidade. Há duas semanas, 61. A evolução assusta e preocupa, principalmente nos bairros em que os casos estão com maior ocorrência, como na zona Oeste, no bairro Argollo Ferrão, onde pelo menos 54 pessoas tiveram diagnóstico positivo.

Além do Argollo, o último relatório da Secretaria Municipal da Saúde indica surtos de dengue em outros pontos da zona Oeste e também da zona Sul.

Segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado, Marília terminou o ano de 2019 com 2.947 casos confirmados.

Estado de alerta

O LIRAa (Levantamento de Índice Rápido do Aedes) já indicava em 2019 que Marília tinha alto risco de epidemia de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypt.

Todo ano, o Ministério da Saúde realiza o levantamento com o objetivo de identificar as cidades brasileiras em situação de risco de epidemia de dengue.

Esta situação é caracterizada quando mais de 3,9% dos imóveis pesquisados do município tem larvas do mosquito Aedes aegypti. Quando o índice estiver entre 1% e 3,8% a cidade deve ficar em estado de alerta, enquanto abaixo de 1% a situação encontra-se em um nível satisfatório.

Em 2019, segundo o LIRAa, a cidade de Marília registrou um índice de alerta altíssimo para epidemia de dengue de 3,9%. Neste ano, o índice está inferior, mas ainda em nível de alerta. O levantamento de janeiro apontou larvas do mosquito em 3,3% dos imóveis vistoriados, em diferentes locais da cidade.

Estratégias contra o mosquito

A preocupação do Ministério da Saúde é que o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, deve ser permanente e prioridade das Prefeitura, ocorrendo o ano inteiro e não só entre dezembro e março, meses com maior ocorrência de chuvas e com a inevitabilidade do surgimento de ambientes propícios ao desenvolvimento das larvas.

Em janeiro, a reunião periódica da Vigilância em Saúde foi ampliada e os técnicos da Secretaria Municipal da Saúde discutiram estratégias com o titular da pasta, Ricardo Mustafá, e com a coordenadora de serviços administrativos, Ednalva Nascimento.

“(…) não vamos dar trégua para a dengue. Importante lembrar que as prefeituras não estão recebendo produtos químicos que eram fornecidos pelo Ministério da Saúde para matar os mosquitos adultos e as larvas. Nossa luta, junto com a população, é para não deixar o Aedes nascer”, disse o secretário.

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