Nos últimos três anos, o mês de fevereiro, período em que costuma acontecer o Carnaval, tem sido um dos mais seguros do ano no Brasil, com números de crimes violentos abaixo da média anual. Dados de 2024 mostram que, apesar de ainda preocupantes, os índices de violência no período carnavalesco seguem uma tendência de queda, desmistificando a ideia de que a festa popular está diretamente associada a um aumento de crimes.

Em fevereiro de 2024, foram registrados 13.310 casos de crimes como estupro, feminicídio, homicídio doloso, tentativa de homicídio, morte por intervenção policial, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. O estado de São Paulo liderou o número de vítimas, com 1.790 casos. Apesar do volume alto, este foi o segundo mês com menor número de vítimas de violência no ano, seguindo uma tendência observada desde 2022.

Comparação com anos anteriores

Em 2023, fevereiro registrou 13.353 vítimas de crimes violentos, sendo o terceiro mês com menos ocorrências daquele ano. Já em 2022, o Carnaval foi ainda mais seguro: o mês teve 12.345 vítimas, o menor número do ano.

Os números mostram que, ao contrário do que se imagina, o Carnaval não é um período de pico de violência. Pelo contrário, fevereiro tem se consolidado como um dos meses mais seguros do ano. Especialistas apontam que fatores como o aumento da presença policial, a maior mobilização de recursos de segurança e a conscientização da população podem contribuir para essa redução.

São Paulo lidera, mas tendência se mantém

O estado de São Paulo aparece consistentemente como o local com o maior número de vítimas de crimes violentos, mas isso não está relacionado ao Carnaval. A tendência de redução de violência em fevereiro se repete no estado, que, mesmo liderando os índices, segue a mesma lógica nacional.

Revisão: Ester Laís Costa Aquino

Imagem: Alexandre Macieira / Riotur

Diogo Arenas Cirillo Diogo Arenas Cirillo é aluno do 4º ano de graduação em Relações Internacionais pela UNESP – Campus Marília. Bolsista em projeto da Pró Reitoria de Extensão Universitária e Cultura da UNESP, ele também atua como assistente administrativo no Instituto Valquiria Arenas, uma instituição de referência no setor de educação em enfermagem no Brasil. Membro no Instituto de Gestão Pública e Relações Internacionais (IGEPRI), Diogo se dedica ao desenvolvimento de pesquisas e à produção acadêmica em temas como políticas públicas, educação cívica, sustentabilidade, cidades inteligentes e pesquisas de opinião pública, combinando uma sólida base teórica com experiências práticas. Além disso, foi diretor da Coordenadoria de Marketing do Grupo de Estudo em Organizações Internacionais (GEO), acumulando experiência em gestão e marketing em âmbito acadêmico.