Dois soldados norte-coreanos foram capturados pelas forças ucranianas na região de Kursk, dentro do território russo, revelou o presidente Volodymyr Zelensky neste sábado (11). O episódio marca a primeira vez que soldados norte-coreanos vivos são detidos desde que a Coreia do Norte começou a enviar tropas para apoiar a Rússia no final de 2024.

Zelensky anunciou em uma publicação no X que os prisioneiros foram transferidos para Kiev, onde estão sob os cuidados do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU). “Como todos os prisioneiros de guerra, esses soldados estão recebendo assistência médica e humanitária adequada”, afirmou o presidente, acrescentando que jornalistas terão acesso a eles em breve.

O SBU classificou a captura como uma “evidência irrefutável” da participação direta de Pyongyang na guerra, ao lado da Rússia. Imagens divulgadas pelas autoridades ucranianas mostram os soldados com identidades militares russas. Um vídeo adicional exibe os prisioneiros recebendo tratamento médico, alimentos e água. A comunicação está sendo feita por intérpretes coreanos, com suporte do Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul, já que os soldados não falam russo, ucraniano ou inglês.

De acordo com o governo ucraniano, cerca de 12 mil soldados norte-coreanos entraram no conflito em outubro, após treinamento fornecido pela Rússia. Essas tropas estão concentradas na região de Kursk, onde a Ucrânia tem conduzido uma contraofensiva desde agosto. Autoridades dos Estados Unidos confirmam que centenas de combatentes norte-coreanos já foram mortos ou feridos nos confrontos.

Além de tropas, a Coreia do Norte também estaria enviando grandes volumes de munições de artilharia para a Rússia. Zelensky reforçou que a captura dos soldados norte-coreanos vivos representa uma vitória simbólica, expondo as crescentes alianças de Moscou no cenário global.

Em fevereiro, a guerra na Ucrânia completará três anos. A entrada de soldados norte-coreanos no conflito foi vista por aliados de Zelensky, como os Estados Unidos e a União Europeia, como uma escalada significativa na guerra. Em resposta, EUA e Reino Unido autorizaram o uso de mísseis de longo alcance fornecidos aos ucranianos para ataques em território russo.

Redator: Ester Laís Costa Aquino

Revisor: Diogo A. Cirillo

Reprodução de Imagem: Volodymyr Zelensky

Ester Laís Costa Aquino Ester Laís Costa Aquino é uma estudante de Relações Internacionais na Universidade Estadual Paulista (UNESP), onde ingressou em 2024. Ela é uma das integrantes da Geo, uma organização estudantil da UNESP que visa a democratização do ensino público, e faz parte da equipe da Secretaria Geral.Sua trajetória acadêmica inclui marcos como a participação no Huirsp (Harvard University International Relations Scholars Program), onde obteve uma bolsa integral, e no OxBright, programa da Universidade de Oxford, no qual publicou o artigo Economic Policy as a Tool for Promoting Peace no OxJournal. Ester também conquistou bolsas nos programas da Immerse Education, nas categorias de Liderança Feminina na universidade de Cambridge

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