O BRICS, grupo formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e, desde 2010, África do Sul, anunciou nesta sexta-feira (17) a inclusão de nove novos países na condição de parceiros. A decisão, oficializada sob a presidência brasileira, reflete a estratégia de ampliação do bloco, que busca consolidar sua influência geopolítica e econômica no cenário global.

Os novos integrantes — Belarus, Nigéria, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão — terão status inferior ao de membros plenos, mas poderão participar de cúpulas e reuniões temáticas, contribuindo para as discussões sobre temas globais. A criação dessa nova categoria foi discutida inicialmente na cúpula de 2024, sob a presidência russa, e simboliza um esforço contínuo do bloco para ampliar sua relevância internacional.

A expansão do BRICS segue a inclusão de outros países no ano passado, como Egito, Etiópia e Irã. Contudo, a Argentina, que também integraria o grupo, desistiu de sua adesão após a posse do presidente Javier Milei. Especialistas avaliam que a medida tem impacto mais geopolítico que econômico, ampliando as áreas de influência de países como Rússia e China, e reforçando o papel do bloco como um contrapeso às potências ocidentais.

Sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil assumiu a presidência do BRICS em janeiro de 2025, com metas voltadas ao fortalecimento institucional do grupo, promoção de governança inclusiva em inteligência artificial, desenvolvimento de novos meios de pagamento para facilitar o comércio, ampliação do financiamento para mudanças climáticas e estímulo à cooperação entre países do Sul Global.

As ações do Brasil no BRICS estão concentradas no primeiro semestre de 2025, uma vez que o país sediará, no segundo semestre, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, no Pará. A expansão do bloco, promovida durante a presidência brasileira, reforça o compromisso com o fortalecimento da cooperação internacional e a construção de uma ordem global mais equilibrada.

Redator: Ester Laís Costa Aquino

Revisor: Diogo A. Cirillo

Reprodução Imagem: G1

Ester Laís Costa Aquino Ester Laís Costa Aquino é uma estudante de Relações Internacionais na Universidade Estadual Paulista (UNESP), onde ingressou em 2024. Ela é uma das integrantes da Geo, uma organização estudantil da UNESP que visa a democratização do ensino público, e faz parte da equipe da Secretaria Geral. Ester também participa do IGEPRI (Instituto de Gestão de Políticas Públicas e Relações Internacionais), onde contribui em projetos relacionados ao estudo de políticas públicas e relações internacionais.Sua trajetória acadêmica inclui marcos como a participação no Huirsp (Harvard University International Relations Scholars Program), onde obteve uma bolsa integral, e no OxBright, programa da Universidade de Oxford, no qual publicou o artigo Economic Policy as a Tool for Promoting Peace no OxJournal. Ester também conquistou bolsas nos programas da Immerse Education, nas categorias de Liderança Feminina na universidade de Cambridge