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Brasil confirma primeiro caso do novo coronavírus, em São Paulo
Paciente esteve na Itália durante explosão de casos; Ministério da Saúde confirma informação ler
O Brasil registrou nesta terça-feira, 25 de fevereiro, o primeiro caso de coronavírus. De acordo com a Folha de SP, que apurou informações sobre o teste de contraprova de um paciente que já havia sido notificado como caso suspeito, também deu positivo.
A informação havia sido confirmada com uma fonte envolvida no processo e ratificada pelo Ministério da Saúde na manhã desta quarta-feira (26). Mais cedo, o homem havia testado positivo para o vírus no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e sido submetido ao teste de contraprova no Instituto Adolfo Lutz, cujo resultado deve ser anunciado ainda hoje pelo Ministério da Saúde.
Com isso, o Brasil passa a ser o primeiro país da América Latina com um caso confirmado do novo vírus que já matou 2.708 pessoas no mundo.
Segundo o Hospital Israelita Albert Einstein, o paciente foi atendido na segunda (24), e a Vigilância Epidemiológica estadual foi notificada nesta terça (25). O homem está em casa.
“O paciente encontra-se em bom estado clínico e sem necessidade de internação, permanecendo em isolamento respiratório que será mantido durante os próximos 14 dias”, afirma o hospital em nota.
A Anvisa afirmou em nota, na noite de ontem, que solicitou à companhia aérea a lista de passageiros do voo que trouxe o paciente ao Brasil, e que “aumentou a criticidade no monitoramento dos voos internacionais provenientes de países onde há casos confirmados da doença”.
Brasil inclui mais 8 países em alerta para o novo coronavírus
O Ministério da Saúde ampliou na última segunda-feira (24), os critérios para definição de caso suspeito para o novo coronavírus.
Agora, também estão enquadradas dentro desta definição as pessoas que apresentarem febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar, e que vierem da Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Itália e Malásia. Já haviam sido incluídos anteriormente Japão, Singapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja, além da China. Ouça:
A decisão do Ministério da Saúde de aumentar o nível de segurança e sensibilidade da vigilância surgiu da preocupação que esses países têm gerado em decorrência da grande quantidade de casos do novo coronavírus nos últimos dias.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, esses países têm pelo menos cinco casos com transmissão interna da doença.
SP cria comitê e deve preparar leitos
O governo de São Paulo decidiu criar um comitê de contingenciamento para enfrentar a chegada do coronavírus. Ele será coordenado pelo infectologista David Uip e reunirá os maiores especialistas em doenças contagiosas do estado, como o infectologista Marcos Boulos, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e o diretor do hospital Emílio Rivas, Luiz Carlos Pereira Junior.
“Guerra é guerra”, diz Uip, que já foi contactado para assumir a função. Segundo ele, São Paulo está preparado para enfrentar o vírus. “O estado já passou por outras epidemias, como a do H1N1”, afirma o médico. Em 2009, foram registrados 1.900 casos na capital paulista e 9.000 em todo o estado.
Segundo ele, há planos de contingenciamento já elaborados para enfrentar a chegada do vírus. Eles precisam apenas ser atualizados e implementados.
Uma das primeiras providências deve ser isolar leitos de hospitais públicos e privados para receber eventuais pacientes infectados. Haverá também medidas de proteção a profissionais de saúde e estudos rigorosos sobre o fluxo de entrada de pacientes no sistema de atendimento e hospitalar.
Ele afirma que várias questões precisarão ser esclarecidas para a população – como a necessidade de uso de máscaras, por exemplo.
Elas precisam ser descartadas a cada período e cada pessoa teria que usar no mínimo três máscaras por dia. “Seriam 600 milhões de unidades por dia”, afirma Uip, notando que dificilmente as pessoas vão conseguir manter o uso das máscaras.