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Bolsonaro pratica violência de não-Estado e coloca país em risco

Professor Guilherme Wisnik relaciona violência estatal da Velha República com posicionamentos do presidente da República ler

24 de abril de 2020 - 08:00

Em outubro de 1903, as autoridades do Rio de Janeiro instituíam uma campanha de vacinação obrigatória contra a varíola; a iniciativa era parte de um projeto que visava a embelezar a “cidade da morte” e transformá-la em “cidade maravilhosa”. Era o pontapé inicial para um dos capítulos mais marcantes do Brasil República: a Revolta da Vacina. Na coluna de hoje, Guilherme Wisnik relaciona o marco histórico com as recentes iniciativas anti-isolamento de Jair Bolsonaro.

A tentativa de modernização do início do século 20 carregava em si aspecto extremamente violento. Não só a vacinação fazia jus à palavra “obrigatória” e rompia a barreira do termo “forçada”, como outras medidas tomadas à época expulsaram populações pobres do centro da cidade, empurrando-as para subúrbios e periferias. Resultado: uma enorme insurreição popular.

O professor Guilherme Wisnik relaciona os atos governamentais da época e o posicionamento de Bolsonaro frente à crise do coronavírus: “Se na época [da Revolta] era violência do Estado, que, de forma discricionária, se impunha, obrigando a vacina, expulsando populações, agora é uma violência do não-Estado, talvez ainda mais profunda, já que impõe o caos, e o resultado disso é a morte em massa”.

Fonte: A coluna Espaço em Obra, com o professor Guilherme Wisnik, vai ao ar toda quinta-feira às 9h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.

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