A 67ª edição do Grammy Awards, realizada neste domingo (2) em Los Angeles, celebrou a diversidade e a força da música como ferramenta de expressão política e cultural.

Beyoncé conquistou, pela primeira vez, o prêmio de Álbum do Ano com Cowboy Carter, consolidando-se como a maior vencedora da história da premiação.

Kendrick Lamar foi o grande destaque da noite, faturando cinco prêmios, incluindo Melhor Gravação e Canção do Ano por Not Like Us.

Beyoncé faz história com Cowboy Carter

Mesmo sendo a artista com mais Grammys na carreira, Beyoncé nunca havia conquistado o principal prêmio da noite. Desta vez, a vitória veio de forma emblemática, com um disco country que rompe barreiras em um gênero historicamente dominado por artistas brancos.

“Essa vitória não é apenas minha, mas de todos os que desafiam rótulos e reimaginam o que é possível na música”, declarou emocionada.

Além de Melhor Álbum do Ano, Cowboy Carter também levou o prêmio de Melhor Álbum Country. O momento se tornou ainda mais simbólico quando Beyoncé recebeu a estatueta das mãos de Taylor Swift, marcando um gesto de reconhecimento entre as duas estrelas.

Kendrick Lamar domina a noite com cinco prêmios

Outro grande nome da noite foi Kendrick Lamar, que saiu consagrado com cinco Grammys.

Seu hit Not Like Us, uma resposta a Drake em meio a uma das maiores rivalidades do rap recente, venceu as categorias de Melhor Gravação e Canção do Ano. Recebendo um dos prêmios das mãos da lendária Diana Ross, o rapper destacou a força do hip-hop:

“Nada é mais poderoso que o rap”.

A ascensão do gênero também foi evidenciada pela vitória de Doechii como Melhor Álbum de Rap. Em seu discurso, a artista celebrou a representatividade feminina:

“Tem muitas mulheres negras me assistindo. Vocês conseguem. Não permitam que projetem estereótipos sobre vocês”.

Discursos políticos marcam a premiação

O Grammy 2025 também foi palco de discursos contundentes. Lady Gaga e Bruno Mars, ao vencerem Melhor Performance Pop por Die with a Smile, defenderam os direitos LGBTQIA+.

“O amor é livre, e cada pessoa merece viver sua verdade sem medo”, declarou Gaga, recebendo uma ovação de pé.

Shakira, vencedora do prêmio de Melhor Álbum Pop Latino, dedicou sua vitória aos imigrantes nos Estados Unidos.

“Vocês são a alma deste país, e estamos aqui para lutar por vocês”, afirmou emocionada.

Chappell Roan, eleita Artista Revelação, fez um apelo por condições dignas para artistas iniciantes.

“As gravadoras precisam tratar seus artistas como funcionários valiosos, com um salário digno e segurança”, pontuou.

Tributos e performances emocionantes

A noite também trouxe grandes momentos musicais. The Weeknd fez uma aparição surpresa, marcando seu retorno após denunciar o racismo na premiação em 2020.

Lady Gaga e Bruno Mars emocionaram ao interpretar California Dreamin’, levando o prêmio de Melhor Performance de Dupla ou Grupo Pop.

Homenagens também tiveram destaque. Quincy Jones recebeu um tributo conduzido por Herbie Hancock, Cynthia Erivo, Stevie Wonder e Janelle Monáe.

Uma homenagem póstuma a Liam Payne, ex-One Direction, comoveu o público.

Brasileiros ficam sem prêmios

Apesar de algumas indicações, o Brasil não levou nenhum Grammy em 2025.

Anitta estava concorrendo na categoria Melhor Álbum Pop Latino com o disco “Funk Generation”. Hamilton de Holanda e Eliane Elias também foram indicados na categoria Melhor Álbum de Jazz Latino, mas também não venceram.

Milton Nascimento foi indicado, junto com Esperanza Spalding, na categoria de Melhor Álbum Vocal de Jazz pelo trabalho “Milton + Esperanza”.

No entanto, Milton foi excluído de um assento de honra, o que gerou protestos da cantora e colega Esperanza que divulgou imagem de protesto em seu Instagram:

“Essa lenda viva deveria estar sentada aqui!”

Redatora: Isabela Campanhã da Silva
Revisora: Luísa Guena
Reprodução de Imagens: bella1105/Shutterstock