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Bebês Reborn e o Teatro da Afetividade: Entre a Terapia, o Mercado e a Fuga da Realidade

A crescente popularização dos bonecos hiper-realistas escancara os dilemas contemporâneos entre o simbólico e o performático, revelando os riscos da banalização de experiências humanas profundas, a exploração emocional nas redes e os limites éticos da fantasia mediada pelo consumo. ler

Maísa Faria Pereira
13 de maio de 2025 - 08:00

Os bebês reborn, bonecos hiper-realistas que imitam todas as características físicas de recém-nascidos, ganharam bastante atenção nas redes sociais e na mídia nos últimos dias. Tais objetos podem ser vistos apenas como bonecas, brinquedos, mas a utilização dos mesmos estão partindo para outra dimensão.

A PROBLEMÁTICA

O estopim mais recente veio da apresentadora Luciana Gimenez, que exibiu um “parto” simbólico de um bebê reborn em seu programa na RedeTV!. O episódio gerou reações divididas e trouxe à tona uma discussão delicada sobre saúde mental, carência afetiva e os limites entre fantasia e realidade.

A partir do momento que temos um “parto” de um boneco em um programa de televisão nota-se, de certa maneira, um “estranhamento” das experiências, uma performance excessiva, uma fantasia desnecessária. Para a psicóloga Laís Mutuberria, especialista em Neurociência do Comportamento, o uso de bonecos reborn fora de contextos terapêuticos pode banalizar experiências humanas profundas. 

“O parto real é atravessado por dor, sangue, medo e entrega. Reduzir esse evento a uma cena limpa e ‘instagramável’ esvazia sua potência simbólica e corporal”, afirma. Segundo ela, existe uma tendência crescente de transformar processos como o luto, o amor e o nascimento em conteúdos “rápidos, higienizados e performáticos”.

Outro caso que ganhou notoriedade foi o da jovem mineira Yasmin Becker, de 17 anos, que viralizou ao publicar um vídeo levando seu boneco reborn, chamado Bento, ao hospital, alegando que ele “não estava se sentindo bem”. Nas redes sociais, Yasmin explicou que se trata de conteúdo fictício voltado ao público infantil. “É só uma história”, disse. 

Porém, esses conteúdos, mesmo sendo, ou ainda mais sendo, para o público infantil causam ações e reações que impactam no social. Crianças que consomem esse tipo de conteúdo podem estar mais suscetíveis a um consumismo desnecessário, uma vontade irreal de passar por essas experiências, como ser mãe antes mesmo de passar as etapas da infância e da adolescência.

Além disso, nesse caso, ocorre uma inversão de valores: a humanização das mercadorias e a desumanização da vida humana. O objeto passa a encenar experiências humanas, enquanto a vida real se esvazia, com as relações sociais sendo menos valorizadas do que as relações entre coisas. O ter torna-se mais importante do que o ser. Assim, nasce um ciclo de alienação afetiva e consumismo, sustentado por aqueles que lucram com essa lógica.

O OUTRO LADO DA MOEDA

Entretanto, especialistas como os psicólogos Laís Mutuberria, Thais Costa e Guilherme Cavalcanti destacam que os bebês reborn podem sim ser utilizados como ferramenta terapêutica — especialmente no luto perinatal ou para regular emoções em pacientes com traumas —, mas sempre sob orientação profissional. “Sem acompanhamento adequado, a prática pode virar fuga da realidade e até gerar dependência emocional”, alerta Cavalcanti.

Por outro lado, o fenômeno abrange colecionadores e pessoas que têm renda nessas bonecas, como Elaine Alves. Conhecida como Nane Reborns, que defende o hobby como forma de expressão artística e emocional, além de ser sua fonte de renda. “É preciso entender que o boneco não substitui um filho, é um objeto de arte. Quem deposita expectativas irreais pode acabar frustrado”, afirma. 

Entretanto, as empresas ganham e financiam essa febre, que, à primeira vista, não é maléfica, mas os profissionais da saúde mental já pedem cautela. Pois, o limite do bom senso e o absurdismo do irreal é tênue.

A febre dos bebês reborn está só no início, mas o debate sobre seus impactos psicológicos está apenas começando. A linha entre o afeto simbólico e a negação da realidade pode ser merece atenção.

 

Revisor: Karini Yumi

Reprodução de Imagem:  Reprodução/TV Globo

Maísa Faria Pereira Graduanda no curso de Relações Internacionais na Universidade Estadual Paulista - campus de Marília. Membro do Laboratório de Realidades Virtualizadas da Unesp de Marília.

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