Bandeira americana no Congresso Nacional afronta soberania brasileira
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Em recesso legislativo, deputados bolsonaristas abusam da imunidade parlamentar ler
Na manhã do dia 22 de julho de 2025, uma cena lamentável se desenrolou no coração da democracia brasileira. Deputados federais bolsonaristas, insatisfeitos com a suspensão de reuniões nas comissões legislativas durante o recesso, decidiram erguer no plenário uma bandeira em homenagem a Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. A atitude, liderada pelo Delegado Caveira (PL-PA) e pelo Sargento Fahur (PSD-PR), foi duramente criticada até por membros da própria oposição.
O gesto ocorreu após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinar oficialmente, por despacho publicado no Diário Oficial, a proibição de atividades legislativas até o fim do recesso. Motta justificou a medida em razão de reformas estruturais na Casa e da necessidade de respeitar o recesso parlamentar, mesmo que informal.
Da imunidade parlamentar ao abuso político
A liberdade de expressão no exercício do mandato parlamentar é uma das garantias fundamentais do regime democrático. No entanto, há uma linha tênue, que nesse episódio foi descaradamente cruzada. A manifestação política em favor de um ex-presidente brasileiro investigado por tentativa de golpe já tensionava os limites éticos e institucionais. Mas exibir uma flâmula estrangeira, em pleno Congresso Nacional, rompe com qualquer senso de responsabilidade pública.
O uso da bandeira norte-americana, ainda mais em um momento de atrito diplomático entre Brasil e Estados Unidos, representa uma submissão simbólica inaceitável. Não se tratava apenas de uma provocação. Era um gesto de submissão, uma tentativa de legitimar e transformar o parlamento em palanque de interesses ideológicos externos.
A tentativa de tumultuar o recesso e manipular a pauta
A movimentação dos deputados do PL para realizar reuniões de comissões durante o recesso foi estratégica: o partido planejava aprovar moções de apoio a Jair Bolsonaro, buscando construir uma narrativa de perseguição e vitimização. Diante da decisão de Hugo Motta de impedir essas sessões, a oposição bolsonarista ensaiou um protesto teatral, buscando mobilizar as redes e inflamar sua base com discursos de “censura” e “cerceamento da liberdade”.
Parlamentares como o Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Filipe Barros (PL-PR) chegaram a desrespeitar a ordem da presidência da Câmara, convocando sessões que nunca deveriam ter ocorrido. Na ausência de Bolsonaro, que talvez por restrições de agenda ou de mobilidade preferiu não comparecer, sobrou espaço para gestos patéticos e inconstitucionais, como a bandeira de Trump e placas improvisadas em nome do réu, figura que continua sendo idolatrada por parte da extrema direita.
Sinais de isolamento político
A tentativa da oposição de burlar o recesso e forçar a visibilidade de Bolsonaro evidencia o isolamento político progressivo do ex-presidente. A recusa do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em suspender o recesso, mesmo diante de pedidos formais e a firmeza de Motta ao manter sua decisão apontam para um esgotamento da paciência institucional com o bolsonarismo.
Analistas políticos já indicam que as chances de pautas como anistias aos envolvidos no 8 de janeiro ou moções de apoio ao ex-presidente voltarem à agenda são mínimas. A exibição da bandeira americana apenas reforça o desgaste de um grupo que recorre cada vez mais a atos performáticos por falta de respaldo real.
Submissão não é liberdade: o risco da alienação política
Erguer uma bandeira estrangeira no parlamento brasileiro, em pleno contexto de reações diplomáticas dos EUA contra o país, não pode ser naturalizado como um ato de liberdade. Trata-se de uma afronta à soberania nacional e uma distorção grotesca da imunidade parlamentar. Os símbolos exibidos nas Casas Legislativas devem representar o povo brasileiro e não os interesses de potências estrangeiras.
Que tipo de mensagem os deputados bolsonaristas pretendem passar à população ao se curvarem diante de uma liderança estrangeira? Em nome de quem falam quando erguem a bandeira de outro país no plenário da Câmara? A resposta parece óbvia: não é em nome do povo brasileiro.
O debate precisa continuar. Até que ponto vai o direito à manifestação política dentro do parlamento? E o que o silêncio institucional diante de gestos como esse revela sobre o estado da nossa democracia?
Redação: Ruan Cezar Barboza
Revisão: Guilherme Domingues
Foto de Gustavo Leighton na Unsplash