Segundo a Reuters, cerca de 10 pessoas foram mortas nesta terça-feira (04/02) durante um ataque a tiros em uma escola na Suécia, localizada na cidade de Orebo, cerca de 200 km de distância da capital Estocolmo.

A escola Risberska era voltada para adultos que não concluíram educação formal ou não obteram nota suficiente para ingressar em ensino superior. No entanto, está localizada em um campus que também abriga escolas para crianças.

As autoridades policiais afirmaram que o atirador não era conhecido pela polícia e estaria entre os mortos. Eles continuam as buscas por outras possíveis vítimas dentro da escola. Também afirmaram que a motivação para o crime seria desconhecida.

“Nós sabemos que cerca de 10 pessoas foram mortas aqui hoje. A razão pela qual não podemos ser mais exatos no momento é porque a extensão do incidente é muito grande.” comentou o chefe da polícia local, Robert Eid Forest em entrevista coletiva.

Além disso, as autoridades acreditam que o atirador tenha agido sozinho, e que o incidente não foi considerado como um ataque terrorista, embora garantirem que a motivação do crime ainda não foi descoberta.

“É um  dia muito doloroso para toda Suécia”,  disse o primeiro-ministro Ulf Kristersson em postagem no X (antigo Twitter)

O Rei Carl XVI Gustaf transmitiu suas condolências.

“É com profunda tristeza e consternação que minha família e eu recebemos as notícias sobre a terrível atrocidade em Orebro”, disse ele.

Este foi considerado o ataque em massa mais mortal da história da Suécia.

Relatos de sobreviventes

Maria Pegado, de 54 anos, professora da escola, disse à Reuters que alguém gritou para todos correrem, logo após voltarem do intervalo de almoço.

“Levei todos os meus 15 alunos para o corredor e começamos a correr. Então ouvi dois tiros, mas conseguimos sair. Estávamos perto da entrada da escola. Vi pessoas arrastando feridos para fora, primeiro um, depois outro. Percebi que era muito sério”, disse ela.

Na Suécia, muitos estudantes do sistema escolar para adultos são imigrantes que buscam aprimorar sua formação básica e obter diplomas que facilitem a inserção no mercado de trabalho do país, ao mesmo tempo em que aprendem o idioma sueco.

Casos anteriores

Nos últimos anos, o país tem enfrentado uma crescente onda de tiroteios e atentados relacionados ao crime organizado, o que resultou na maior taxa per capita de violência armada da União Europeia.

Apesar disso, ataques fatais em escolas são incomuns.

Segundo o Conselho Nacional Sueco para Prevenção ao Crime, entre 2010 e 2022, sete episódios de violência letal em escolas resultaram em dez mortes.

A posse de armas na Suécia é relativamente alta em comparação com outros países europeus, principalmente para caça, embora ainda esteja muito abaixo dos níveis dos Estados Unidos.

No entanto, o aumento da criminalidade ligada a gangues tem exposto o grande número de armas ilegais em circulação.

Um dos casos mais chocantes da última década ocorreu em 2015, quando um agressor mascarado de 21 anos, motivado por racismo, matou um assistente de ensino e um estudante, além de ferir outras duas pessoas.

Já em 2017, um homem usou um caminhão para atropelar pedestres em uma movimentada rua comercial no centro de Estocolmo, colidindo com uma loja de departamentos e deixando cinco mortos.

Redatora: Isabela Campanhã da Silva
Revisora: Luísa Guena
Reprodução de Imagem: Kicki Nilsson via Reuters