O Tribunal do Júri de Marília condenou, ontem (3), Israel Luís Vieira à sentença de 21 anos de prisão, pela morte da enteada Isabelle Fernandes dos Santos, dois anos. O crime aconteceu em setembro de 2017, em um apartamento do CDHU, na zona Sul de Marília.

Os jurados (cinco mulheres e dois homens) acompanharam o Ministério Público do Estado de São Paulo que apontou no julgamento diversos agravantes no crime: crime contra uma criança, sem chance de defesa; feminicídio; e violência doméstica e familiar.

O réu pode recorrer da sentença, mas na prisão. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) pode confirmar a sentença ou determinar um novo julgamento.

Relembre o caso

O acusado era padastro da menina e vivia em união estável com a mãe dela. No dia do crime, Isabelle estava sob seus cuidados. O laudo sobre a morte dela indicou que a criança sofreu lesões no cérebro causadas pela síndrome do bebê sacudido.

Isto ocorre quando a criança é sacudida violentamente e de maneira sistemática. A ação de Israel causou rompimento do sistema vascular cerebral e ótico da menina, levando-a a óbito por traumatismo crânio encefálico grave, cinco dias depois de ser internada no Hospital Materno Infantil (HMI).

Israel foi preso em 29 de setembro de 2017 pela Delegacia de Defesa da Mulher. Uma conselheira tutelar registrou na data do ocorrido um boletim de ocorrência de lesão corporal no plantão policial.

Seus depoimentos foram contraditórios, com mudança de versões. A Polícia Civil acabou concluindo que a hipótese principal foi de homicídio qualificado, com omissão de socorro, baseado no laudo da autópsia do corpo que indicou a causa da morte.