Duas áreas são da prefeitura de São Sebastião e serão transferidas para CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) —elas estão localizadas em Maresias e na Topolândia. A terceira está na Vila Sahy e é de propriedade privada. O UOL apurou que até amanhã o governador vai publicar no Diário Oficial um decreto declarando a área como “utilidade pública para fins de desapropriação amigável”.

Freitas não informou prazo, nem quantidades das futuras casas. A ideia, segundo ele, é tirar pessoas de áreas de risco e transformar o caso de São Sebastião em um exemplo.

Vilas de passagem serão construídas até que moradias definitivas fiquem prontas. O governador também disse que vagas em hotéis da região devem ser compradas para abrigar as pessoas.

O governo anunciou R$ 513 milhões em linhas de crédito para recuperar o litoral norte. Deste total, R$ 30 milhões estarão disponíveis em financiamento para microempreendedores informais, sem taxa de juros.

Em entrevista à GloboNews, o governador disse que a ideia é construir primeiramente casas temporárias para abrigar moradores da região, enquanto as definitivas são concluídas. Essas moradias provisórias seriam ocupadas por diferentes grupos, à medida que novas residências fixas fossem construídas.

Tarcísio também informou que vai se reunir ainda hoje com representantes do setor hoteleiro para discutir a possibilidade de abrigar os moradores também em hotéis da região.

Aproveitar o momento. Tarcísio diz estar ciente da dificuldade de construir moradias populares em bairros nobres, mas disse acreditar que as pessoas vão se sensibilizar após a tragédia.

Casas populares barradas. O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), revelou ontem ao UOL News que cerca de 500 moradores de classe média e alta se reuniram com a prefeitura para barrar a construção de casas populares em um bairro nobre.

A chuva que caiu no litoral norte foi a maior já registrada em apenas um dia no Brasil. Cinco cidades entraram em estado de calamidade pública: Ubatuba, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Bertioga.

Até a tarde de sexta-feira (24), o número de mortos em decorrência da chuva era de 54 —os bombeiros continuam nas buscas por desaparecidos. São 53 vítimas em São Sebastião e uma em Ubatuba.

Os governos foram alertados sobre as fortes chuvas e as áreas de risco. Dados de diferentes órgãos indicam que os problemas na região eram conhecidos há anos.