A vitória do filme “Anora”, como Melhor Filme no Oscar 2025, gerou uma reação polarizada, com críticas intensas tanto no Brasil quanto internacionalmente. A produção de Sean Baker, que mistura romance e crítica social, foi alvo de controvérsias sobre suas representações e contexto político.

Críticas internacionais sobre estereótipos

O filme, que acompanha uma stripper envolvida com o filho de um oligarca russo, foi amplamente discutido por sua abordagem do tema da prostituição. Baker foi acusado de explorar estereótipos negativos, sem oferecer uma representação mais profunda ou responsável dos trabalhadores do sexo.

Além disso, a ausência de um coordenador de intimidade nas cenas de sexo explícito gerou preocupações sobre a ética nas filmagens de conteúdo sensível.

Embora tenha sido elogiado por sua ousadia e pela performance de Mikey Madison, “Anora” também foi criticado como um reflexo das tendências do cinema independente.

A vitória dividiu opiniões, especialmente em um contexto em que o Oscar busca mais diversidade e representações cuidadosas de temas marginalizados.

Reação no Brasil: A derrota de Fernanda Torres

No Brasil, a vitória de “Anora” foi vista com desagrado, principalmente pela derrota de Fernanda Torres, uma das favoritas ao prêmio de Melhor Atriz. Sua performance em “Ainda Estou Aqui” foi considerada por muitos como injustiçada.

Nas redes sociais, houve comparações pejorativas entre o filme e figuras como Andressa Urach, conhecida por sua ligação com o entretenimento adulto. Esses comentários alimentaram um debate sobre o estigma associado à prostituição e ao “sensacionalismo” no cinema.

Muitos internautas sentiram que o prêmio a Mikey Madison foi mais um reflexo de um apelo popular do que um reconhecimento artístico genuíno.

Implicações geopolíticas e críticas à cultura russa

A trama de “Anora”, que envolve personagens russos, também gerou críticas no cenário geopolítico. Em um momento de alta tensão devido à invasão da Ucrânia, alguns comentaristas questionaram a normalização da cultura russa no filme. A vitória de Anora foi observada com cautela, já que poderia inadvertidamente dar voz a narrativas favoráveis ao regime russo.

O jornal The Guardian destacou a empolgação de propagandistas russos com a premiação, o que gerou ainda mais desconforto entre os críticos internacionais.

Divisão de opiniões

Apesar de seu impacto no cinema independente, Anora acendeu uma série de discussões sobre ética, representação e o papel do cinema em tempos de instabilidade política e cultural.

A vitória no Oscar 2025, embora comemorada por alguns, continua sendo um tema polêmico, dividindo a opinião pública entre a inovação do filme e suas implicações éticas e políticas.

Redatora: Isabela Campanhã da Silva
Revisora: Luísa Guena
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