DECISÃO HISTÓRICA DO GOVERNO ALEMÃO
O Ministério do Interior alemão confirmou nesta sexta-feira (2) que o AfD agora integra a lista de organizações “de extrema direita” sob vigilância permanente. A medida permite que a Agência Federal de Inteligência (BfV) intercepte comunicações, infiltre agentes e colete dados de membros do partido. A classificação baseia-se em relatórios que ligam dirigentes do AfD a discursos de ódio e financiamento de milícias ultranacionalistas.

REAÇÃO DO AFD: “ATAQUE À DEMOCRACIA”
Líderes do partido repudiaram a decisão, chamando-a de “censura ideológica”. Alice Weidel, co-presidente do AfD, afirmou que a medida é “um golpe contra a oposição legítima”. O partido anunciou que entrará com ações judiciais para reverter a classificação, alegando violação de liberdades partidárias garantidas pela Constituição alemã.

CONTEXTO: ASCENSÃO E POLÊMICAS
Fundado em 2013 como força eurocética, o AfD ganhou força nos últimos anos, conquistando 78 cadeiras no Bundestag. Porém, seu discurso anti-imigração, críticas a políticas climáticas e minimização do Holocausto geraram acusações de radicalização. Em 2024, a Justiça alemã já havia proibido o braço juvenil do partido por “incitar ao ódio racial”.

COMO SERÁ A VIGILÂNCIA
Segundo a BfV, o monitoramento incluirá reuniões internas, transações financeiras e contatos internacionais do AfD. Um relatório vazado em 2024 já apontava supostas conexões do partido com redes russas e chinesas para financiar campanhas antieuropeias. Especialistas alertam que a medida pode limitar o AfD nas eleições estaduais de 2026.

IMPACTOS POLÍTICOS IMEDIATOS
A decisão divide a sociedade alemã: enquanto partidos tradicionais celebram a “defesa da democracia”, simpatizantes do AfD organizaram protestos em Berlim e Dresden. Pesquisas indicam que 41% dos alemães apoiam a vigilância, mas 33% temem “excesso de controle estatal”.

RESPOSTA INTERNACIONAL
A União Europeia estuda adotar medidas similares contra partidos aliados do AfD, como o francês Reagrupamento Nacional e o espanhol Vox. Já o governo russo criticou a decisão, classificando-a como “perseguição à dissidência política”.

Autor: Beatriz Marçal

Revisor: Victor Hugo Santana