Agressões contra mulheres no Brasil: dados alarmantes sobre violência doméstica
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Destaque para sofrimento infantil e naturalização da violência ler
Agressões contra mulheres no Brasil: pesquisa revela dados alarmantes sobre violência doméstica e seus impactos
Uma nova pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Datafolha, trouxe dados alarmantes sobre a violência contra as mulheres no Brasil.
O estudo, divulgado nesta segunda-feira, 10 de março, revela que, nos últimos 12 meses, 21,4 milhões de brasileiras sofreram algum tipo de violência, o que representa 37,5% do total da população feminina do país. Desses casos, 92% das agressões ocorreram na presença de testemunhas, destacando a recorrente normalização e aceitação dessa violência na sociedade brasileira.
Impacto da violência na presença de testemunhas e nos filhos
Entre as agressões registradas, uma grande parte (47,3%) foi testemunhada por amigos ou conhecidos da vítima, enquanto 27% ocorreram na frente dos filhos da mulher agredida, e 12,4% foram observadas por outros parentes. Este alto percentual de agressões presenciais levanta uma importante questão: os impactos da violência doméstica nas crianças.
Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, comentou sobre esse dado alarmante, afirmando:
“Confesso que me surpreendeu que nove em cada dez mulheres que sofreram violência sofreram na frente de alguém, que quase sempre era conhecido. Só 7% foram na frente de desconhecido, mas quase tudo na frente de alguém, de um amigo, de um familiar, de filho. Isso nos chocou.”
Quando as agressões acontecem na frente de filhos, os efeitos podem ser devastadores. A pesquisa do Fórum alerta que a convivência com conflitos intensos no ambiente familiar pode gerar distúrbios emocionais, cognitivos e comportamentais nas crianças.
Além disso, as evidências científicas apontam que crianças que presenciam violência doméstica têm maior probabilidade de se tornar vítimas ou agressoras na vida adulta, perpetuando assim o ciclo de violência de geração para geração.
Samira também enfatiza que “a violência intergeracional” é um fenômeno muito presente, que afeta as mulheres que cresceram em ambientes violentos e, muitas vezes, naturalizam o comportamento abusivo como uma maneira legítima de lidar com os conflitos.
Formas de violência e tipos de agressor
Entre as diversas formas de violência, a pesquisa revela que 31,4% das mulheres sofreram ofensas verbais, como insultos e humilhações, representando cerca de 17,7 milhões de brasileiras.
Já 16,9% das mulheres enfrentaram agressões físicas, como tapas, empurrões e chutes, o que afeta aproximadamente 8,9 milhões de vítimas. Em relação às ameaças de agressão, 16,1% das mulheres relataram ter sido ameaçadas fisicamente, enquanto outros 16,1% foram vítimas de stalking.
Além disso, 10,7% das mulheres sofreram abuso sexual ou foram forçadas a manter relações sexuais contra sua vontade, afetando aproximadamente 5,3 milhões de mulheres.
Outro dado alarmante revelado pela pesquisa é o abuso sexual, que atinge uma em cada 10 mulheres. A pesquisa também trouxe, pela primeira vez, a questão da divulgação não consensual de imagens íntimas. Cerca de 3,9% das mulheres entrevistadas relataram que suas fotos ou vídeos íntimos foram divulgados sem sua permissão, impactando 1,5 milhão de mulheres.
Agressões em diferentes contextos
A pesquisa também revela os locais em que as agressões mais graves acontecem. A casa continua sendo o ambiente mais perigoso para as mulheres, com 57% das entrevistadas relatando que a violência ocorreu em seu próprio lar. A rua foi o cenário de violência para 11,6% das mulheres.
Além disso, a pesquisa também analisou o perfil das vítimas de violência. Mulheres entre 25 e 34 anos são as mais afetadas, mas a violência se manifesta em todas as faixas etárias, especialmente entre 16 e 59 anos.
Em relação ao grau de instrução, 32,9% das mulheres com ensino superior sofreram ofensas verbais, enquanto mulheres com ensino fundamental apresentaram maiores índices de vitimização por agressões físicas mais graves, como espancamento e ameaças com faca ou arma de fogo.
O estudo também traz dados sobre a relação entre a violência e o perfil racial. Mulheres negras, especialmente as pretas (41,5%), são as mais afetadas, com 37,2% das mulheres negras relatando ter sofrido algum tipo de violência nos últimos 12 meses. Mulheres brancas apresentaram um índice de 35,4%.
Além disso, o estudo revela que as mulheres evangélicas são mais vulneráveis à violência, com 49,7% das entrevistadas nessa religião relatando ter vivenciado alguma forma de agressão, enquanto entre as católicas o índice é de 44,3%.
Ciclo da violência e a reação das vítimas
A pesquisa também abordou o comportamento das vítimas diante da violência. A maioria delas (47,4%) relatou que, diante da agressão mais grave sofrida, optou por não reagir. Outras responderam buscando apoio de familiares (19,2%), amigos (15,2%) ou mesmo tentando recorrer à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (14,2%).
No entanto, apesar da gravidade dos dados, a pesquisa revela que poucas mulheres buscam ajuda de órgãos oficiais. Apenas 25,7% das vítimas recorreram a esses órgãos, enquanto 33,8% buscaram apoio entre familiares e amigos. Esse dado reforça a ideia de que muitas mulheres ainda enfrentam dificuldades em romper o ciclo de violência, seja por medo, falta de apoio ou por uma naturalização da violência em seu contexto de vida.
O papel das políticas públicas e organizações de apoio
A pesquisa aponta a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes no enfrentamento da violência contra a mulher. Samira Bueno destaca que, apesar dos esforços de governos e da exposição de casos de violência de repercussão nacional, “as iniciativas para frear essa epidemia de violência têm sido insuficientes”.
Diante dessa realidade, é essencial que as mulheres saibam como buscar ajuda. Em casos de emergência, o número 190 deve ser chamado, enquanto para casos que não exigem intervenção imediata, o Disque 180 pode ser acionado.
Além disso, diversas organizações oferecem suporte a vítimas de violência de gênero, como o Mapa do Acolhimento, a ONG Justiceiras, a ONG Recomeçar, entre outras, que fornecem apoio psicológico, jurídico e orientação para romper o ciclo de violência.
Os números apresentados pela pesquisa são alarmantes e refletem a gravidade da violência contra a mulher no Brasil. A violência doméstica e familiar, muitas vezes presenciada por filhos e familiares, tem impactos profundos não apenas na vida das vítimas, mas também nas gerações futuras.
É fundamental que a sociedade, as políticas públicas e as instituições atuem para romper esse ciclo de violência, proporcionando à mulher os meios para se proteger, se fortalecer e viver sem medo.
Redatora: Isabela Campanhã da Silva
Revisora: Luísa Guena
Reprodução de Imagem: Pixabay
Fonte: G1