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Basicamente, eles mostraram empiricamente a importância da qualidade das instituições no processo de crescimento e desenvolvimento econômico entre países ler
O professor Luciano Nakabashi fala em sua coluna sobre os ganhadores do Prêmio Nobel de Economia, Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson. “Eles possuem uma série de artigos em conjunto e livros onde mostram empiricamente a importância da qualidade das instituições no processo de crescimento e desenvolvimento econômico entre países; eles também trazem contribuições em relação à persistência dessas instituições ao longo da história e algumas variáveis que são importantes para mudar a qualidade das instituições”, que são formadas pelo conjunto de leis de um país e pelas normas culturais. “As instituições”, complementa, “determinam muito do comportamento dos agentes econômicos, ou seja, das empresas, das pessoas, das instituições de uma forma geral”.
“O que a gente aprendeu nos últimos, talvez 40, 50 anos, é que as instituições são fundamentais nesse processo de desenvolvimento econômico, porque, quando a gente coloca a questão dos indivíduos ou dos agentes econômicos – os agentes são esses conjuntos de indivíduos, pessoas físicas, pessoas jurídicas, instituições públicas e diversas instituições de que a nossa sociedade é formada -, e tem um conjunto de regras que favorecem atividades produtivas, você tem sociedades que prosperam. Quando as pessoas têm um retorno do seu próprio esforço, do seu investimento, seja em capital humano, seja em capital físico, seja na adoção de novas tecnologias ou na própria inovação, quando os incentivos, os ganhos vêm por aí, os incentivos estão nessa direção, são aquelas sociedades que de fato conseguiram prosperar […] na América Latina, os incentivos estão mais voltados para a manutenção do poder de uma pequena elite que foi construída desde os tempos coloniais, onde você tinha os grandes proprietários de terra com muita mão de obra escrava.
E aí as regras foram feitas muito mais para a manutenção do poder dessa pequena elite e existe essa persistência no tempo, onde muitas dessas instituições se mantêm até hoje […] e vai no ponto central do porquê que alguns países são mais ricos e alguns países são mais pobres.” Nakabashi conclui dizendo que existe hoje um certo consenso da importância da qualidade institucional, “para direcionar ou não o esforço das pessoas, das instituições, para atividades que são mais produtivas ou que são menos produtivas, que tendem a retirar a renda de quem está produzindo e, de uma forma geral, desestimular a produção econômica”.
Fonte: Jornal da USP