35 Anos sem Patologização: marco que tirou homossexualidade da lista de doenças
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35 Anos sem Patologização: marco que tirou homossexualidade da lista de doenças
Uma vitória científica e social contra a LGBTfobia ler
Há exatos 35 anos, em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tomou uma decisão histórica: retirou a homossexualidade do Código Internacional de Doenças (CID), pondo fim a séculos de estigma médico. Desde então, a data é celebrada como o Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, um marco na luta por direitos humanos e dignidade. A mudança não foi espontânea – foi resultado de décadas de mobilização de ativistas LGBT+ contra a patologização de orientações sexuais, um legado de opressão que, por muito tempo, justificou torturas, internações e terapias de conversão.
A ideia de que a homossexualidade era uma doença remonta ao século XIX, quando o termo “homossexualismo” apareceu em tratados de psicopatologia. No século XX, essa visão se consolidou: o CID (1948) classificou-a como “transtorno de personalidade”, e o Manual de Psiquiatria americano (DSM, 1952) a considerou um “desvio sexual”. Essa pseudociência serviu de justificativa para eletrochoques, lobotomias e internações compulsórias em manicômios. “Havia hospitais psiquiátricos cheios de homossexuais submetidos a torturas”, relata Renan Quinalha, professor da Unifesp e especialista em direitos LGBT+. Apesar dos avanços, clínicas de “cura gay” ainda operam ilegalmente no Brasil, desafiando resoluções do Conselho Federal de Psicologia.
A virada começou em 1973, quando a Associação Americana de Psiquiatria (APA) retirou a homossexualidade do DSM, pressionada por protestos de ativistas. O movimento se espalhou: em 1985, o Grupo Gay da Bahia liderou um abaixo-assinado com apoio de figuras como Fernando Henrique Cardoso para que o Brasil rejeitasse a patologização. A decisão da OMS em 1990 coroou esse processo, mas a LGBTfobia persistiu – agora, não como “doença”, mas como discriminação e violência.
Apesar do progresso legal, o preconceito ainda mata: o Brasil segue sendo o país que mais assassina pessoas trans no mundo. A ministra Macaé Evaristo (Direitos Humanos) destacou que a data é tanto de celebração quanto de luta, já que a comunidade LGBT+ ainda enfrenta violência, exclusão e discursos de ódio. Embora práticas como a “cura gay” sejam proibidas, grupos religiosos conservadores ainda as promovem, ignorando a ciência e os direitos humanos.
Combater a discriminação exige políticas públicas eficazes, como a criminalização da LGBTfobia (2019) e campanhas de educação inclusiva. Escolas e meios de comunicação têm papel crucial em desconstruir estereótipos e promover a diversidade. “Precisamos de um Brasil que celebre suas diferenças”, afirma Quinalha. Enquanto houver famílias expulsando filhos LGBT+ de casa ou profissionais de saúde reproduzindo preconceitos, a luta continua.
Os 35 anos da despatologização são um convite à reflexão: como garantir que ninguém seja torturado, morto ou excluído por ser quem é? A resposta passa por denunciar violências, exigir leis protetivas e valorizar a representatividade LGBT+ em todos os espaços. A mudança da OMS foi um passo gigante, mas o caminho para a plena igualdade ainda é longo – e só será percorrido com consciência, coragem e solidariedade.
Revisor: Ana Rafaela Nascimento