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O sucesso da Bienal de São Paulo é ouro de tolo

Segundo Marisa Midori, apesar do sucesso do evento, o mercado editorial vem encolhendo nos últimos dez anos ler

03 de novembro de 2022 - 12:00

“Durante estes últimos quatro anos e, de modo particular, entre 2020 e 2021, quando coordenei um projeto sobre a Bibliodiversidade e a Lei do Preço Único do Livro, ou Lei Cortez no Brasil, insisti e tenho insistido sobre a fragilidade do nosso mercado editorial”, afirma a professora Marisa Midori na coluna Bibliomania desta semana.

Segundo a professora, a Bienal de São Paulo é sempre uma festa, “mas quando se compara as bienais em números, por exemplo, a de 2012 e de 2022, para construir este quadro dentro de uma década, esta relação da Bienal com o cenário econômico, político e cultural fica muito mais clara”. Para Marisa, os números foram surpreendentes. “(…) depois de toda a euforia propalada pela imprensa e pelos organizadores da última Bienal do Livro, o que vemos é o encolhimento do mercado nestes últimos dez 10 anos”, constata.

“Em 2012, a 22ª. Bienal de São Paulo recebeu 750 mil visitantes, 480 expositores, 1.180 autores nacionais e 18 internacionais; teve 1.350 horas de programação e ocupou a área de 60 mil metros quadrados do Pavilhão de Exposições do Anhembi. Dez anos mais tarde, o público da 26ª caiu um pouco, para 660 mil, foram 182 expositores (o que demonstra uma participação mais importante de livrarias e de distribuidores do que propriamente de editoras), 300 autores nacionais, 30 internacionais e 1.500 horas de programação, tudo isso concentrado no Expo Center Norte, com uma área de 65 mil metros quadrados”, compara a professora.

A professora concorda que é preciso festejar a Bienal. “Mas não nos enganemos. O Brasil produzia e vendia muito mais livros do que agora. Acordem editores! Acordem livreiros! O Brasil, do jeito que anda, produzirá e venderá muito menos! Definitivamente, nós não vamos sair desta melhor do que entramos”, conclui.

Fonte: Jornal da USP

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